O senador José Sarney (PMDB-AP), de 82 anos de idade, que Eduardo Campos (PSB) promete mandar para a oposição se porventura for eleito presidente da República, nunca se viu numa situação tão difícil como a que se encontra hoje.
É que o candidato do PCdoB, Flávio Dino, lidera as pesquisas para o governo do Maranhão, onde sua filha, Roseana, é governadora pela terceira vez. E o próprio Sarney é o terceiro colocado na disputa pelo Senado, no Amapá, conforme informa hoje o jornal “O Estado de São Paulo”.
Caso não dispute a reeleição, afirma o jornal, “será a primeira vez desde 1965, quando ele foi eleito governador do Maranhão, que nenhum Sarney ocupará cargo majoritário”.
“Já se escolher disputar o sexto mandato no Senado, o ex-presidente enfrentará uma das campanhas mais difíceis em 60 anos de vida pública, com risco real de derrota nas urnas, e sua sobrevida política dependerá em grande parte de um ex-adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, acrescenta o jornal.
Diz ainda o Estadão que pesquisas internas encomendadas por políticos locais apontam uma rejeição altíssima ao nome de Sarney.
“Ele aparece em segundo ou terceiro lugar na disputa ao Senado pelo Amapá, seu domicílio eleitoral, atrás do deputado Davi Alcolumbre (DEM-AP), um comerciante de 36 anos, e próximo da vice-governadora Dora Nascimento (PT), geóloga de 46 anos nascida em uma família de ribeirinhos”, afirma.
Diz também que “o cenário político atual é mais hostil a Sarney do que era em 2006, quando o senador se elegeu em uma disputa apertada, na qual bateu a novata Cristina Almeida (PSB) por menos de 10 mil votos e chegou até a dançar na TV o “marabaixo”, ritmo tradicional do Amapá”.
“Ao contrário de oito anos atrás, Sarney não conta com o apoio do governo estadual nem da prefeitura de Macapá, nas mãos do PSB e PSOL, respectivamente. Pessoas próximas ao senador apontam o apoio do PT e a retirada da pré-candidatura de Dora como fundamentais para que Sarney decida disputar mais uma eleição. O PT do Amapá vai se posicionar oficialmente no dia 14, mas a tendência é apoiar a reeleição do governador Camilo Capiberibe (PSB) e, principalmente, Dora”.
Em suas andanças pelo Brasil, Eduardo Campos elegeu Sarney como símbolo da “velha política” e já disse várias vezes que se for eleito presidente não deseja contar com o apoio dele.
Informações: Inaldo Smapio