Muitos não entenderam o apoio do governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB, contra o impeachment de Dilma Rousseff. Ele assinou documento em favor da presidente junto com os outros governadores do Nordeste. Durante entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira (10), o socialista afirmou que ainda não há motivo para o afastamento de Dilma por crime de responsabilidade.
“Não há, via crime de responsabilidade, nenhum motivo pelo afastamento da presidente. Se aparecer algum fato contra a presidente, nós defenderemos o impeachment sem nenhum problema”, disse o governador.
Paulo Câmara assinou na última terça-feira (8) uma carta defendendo a presidente Dilma, ao lado de governadores de 14 estados e do Distrito Federal. Correligionários ligados ao socialista afirmavam que Paulo não iria apoiar a petista.
O governador fez questão de dizer que não está defendendo Dilma e sim a instituição, a Presidência da República. “Entendemos claramente que impeachment não é golpe é um processo que existe na constituição. Mas entendemos, também, que a forma que está sendo conduzida é equivocada, é na base da chantagem. Não defendemos Dilma, defendemos as instituições”, ressaltou.
Paulo defendeu, ainda, a substituição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), pelo deputado pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB). “Cunha não tem condições de presidir um processo tão importante. Talvez outro deputado tivesse melhores condições. E eu já tenho candidato para assumir o lugar de Cunha: nosso deputado, Jarbas Vasconcelos”, disse o governador.
CRISE
Em tom de desabafo, Paulo Câmara falou , durante a entrevista, sobre as dificuldades enfrentadas ao longo deste ano. Sem dinheiro, ele aguarda que 2016 seja um ano que mostre um caminho, pois 2015 está acabando sem uma “luz no fim do túnel”.
“O cenário indica que teremos mais dificuldade em 2016. O Brasil, mais do que nunca, precisa de muita humildade e seriedade das pessoas. Estamos fechando 2015 sem ter uma luz no fim do túnel e isso é muito ruim”, disse.
Sobre seu primeiro ano à frente do Estado, o governador admitiu que está sendo difícil. “Estou tendo esse desafio de assumir num ano de falta de confiança na política e no Governo. Temos que ter pé no chão e muita cautela diante de todas as adversidades e manter serviços de qualidade para a população”, ressaltou.
Sobre a promessa de dobrar o salários dos professores, Paulo disse que deve melhorar baseado no desempenho. “Trabalho na expectativa de priorizar e valorizar o profissional de educação e quando eu prometi que ia dobrar os salários dos professores, eu disse em relação às escolas que melhorassem o desempenho”, explicou.
Questionado se haveria algum aumento para os policiais do Estado, Câmara voltou a ressaltar que não tem condições. “Esse ano realmente não temos condições de dar aumento à ninguém. Mas assim que possível vamos dar o aumento que é justo para os profissionais de segurança”.