Aumenta a pressão para que o Ministério da Educação (MEC) adie as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), programadas para novembro (dias 1º e 8 o formato tradicional e dias 22 e 29 o modelo digital), devido à pandemia do novo coronavírus. Nesta quinta-feira (14), reitores de 63 universidades federais de todo o País, representados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), entregaram uma carta ao MEC defendendo a suspensão das datas das provas, com definição de novas datas escolhidas a partir de um diálogo com educadores.
O Enem é o principal mecanismo de ingresso em mais de 120 universidades e institutos públicos, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), coordenado pelo MEC. Somente nas 63 instituições ligadas à Andifes estudam cerca de 1,2 milhão de alunos. Anteontem, os reitores das três universidades federais e a estadual de Pernambuco (UFPE, UFRPE, Univasf e UPE), além da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), divulgaram carta em que se posicionam pelo adiamento do Enem. Eles compõem o Consórcio Universitas.
Mais de 2,7 milhões de estudantes já se inscreveram no Enem até 16h desta quinta-feira, segundo balanço divulgado pelo Inep (2.693.753 inscritos para o modelo impresso e 95.626). As inscrições para o exame começaram há quatro dias e vão até 22 de maio.
Depois de situar o contexto da covid-19, a Andifes diz, num trecho da carta, que “o Enem, instrumento fundamental de acesso ao ensino superior para milhões de jovens, e de complexa operacionalidade, precisa ter adequada execução, situações sanitárias viáveis e também meios que garantam condições razoáveis de isonomia de concorrência aos candidatos. E, hoje, para além de dificuldades históricas, a comunidade científica afirma que essas condições mínimas não se apresentam”.
Em seguida, a entidade pede a suspensão das datas das provas. “A Andifes reafirmando ser fundamental a realização de um Enem tecnicamente exitoso e com concorrência democrática, propõe a suspensão das datas do exame e que, com apoio da área da saúde, seja aberto um diálogo entre educadores, gestores e instituições, de modo que, em condições razoáveis de segurança sanitária e equidade, seja possível definir um novo calendário”.