Pré-candidato à sucessão estadual do ano de 2014, o quase ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB) teve uma semana intensa. Não apenas por se tratar de seus últimos dias à frente da pasta, mas porque buscou intensificar suas relações com a base que pode lhe ajudar a largar na frente na corrida sucessória mais disputada dos últimos anos, com outros seis pré-candidatos dentro do mesmo partido. Todos têm em comum o padrinho e puxador de votos. O governador Eduardo Campos (PSB) mostrou todo o seu poder de fogo no ano passado, quando desbancou o PT da Prefeitura do Recife (PCR) com um candidato até então desconhecido.
Bezerra criou um perfil no Facebook para interagir com internautas. Anunciou pela internet que cumpriria mais uma semana no cargo a pedido da presidente Dilma. Chegou a flertar com o PT, na esperança de ser o candidato da presidente. Protagonizou um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alimentando especulações de que poderia se desgarrar do PSB, mas acabou ficando no partido e, agora, luta pela indicação de Eduardo para a sucessão.
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“Quis o destino que um filho do Sertão estivesse à frente do Ministério da Integração no período da pior seca dos últimos 50 anos. Se Lula, no seu governo, investiu no semiárido mais de R$ 6 bilhões, quero dizer que tive o privilégio de, no governo da presidente Dilma Rousseff, multiplicar essa conta por três. Os investimentos para ampliar o acesso à água no semiárido somam mais de R$ 20 bilhões em obras diversas como adutoras, barragens e poços por este Sertão”, publicou o ministro, na última quinta-feira (26), em seu perfil no Facebook.
Destacou obras que certamente vão constar no seu programa de governo como realizações que têm suas digitais, como o eixo Leste do projeto de Transposição do Rio São Francisco. “Tenho orgulho de deixar o governo com esta obra empregando mais de 6,3 mil trabalhadores. Remobilizamos em 100% esta obra e, agora, vamos iniciar a fase de contagem regressiva para conclusão, em 2015”, propagandeou.
O ministro já vinha enfrentando denúncias de que, à frente do ministério, trabalhava para beneficiar eventuais aliados do PSB na disputa presidencial, agradando assim o comandante do partido. Dias antes de a legenda socialista decidir deixar o governo federal, ele participou de um almoço com empresários do Recife para mostrar um rosário de ações que desempenhou em favor de Pernambuco.
Antes da saída, Bezerra Coelho também posou ao lado do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), quando assinou a liberação de verbas para reforma do Mercado de Afogados. O ex-ministro deverá se dedicar a viabilizar sua candidatura em tempo integral.