O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) contabilizou, em levantamento extraoficial realizado em 122 escolas estaduais do Estado, o número de 480 casos positivos de covid-19 entre os profissionais da educação e alunos.
Segundo o Sintepe, os dados consideram o período entre 23 de fevereiro e 15 de março de 2021.
“Das 132 escolas pernambucanas visitadas por diretores e representantes do Sindicato, 122 registraram algum caso da doença. O universo total de escolas abertas até 18 de março era de 750”, afirma a categoria.
“A Escola Capitão André Pereira Temudo, em Olinda, registrou o maior número de casos no período avaliado; 60 desde o retorno às aulas presenciais até a decretação do fechamento. A Escola Almirante Soares Dutra, no Recife, totalizou 31 infectados, entre professores, professoras e alunos. A terceira unidade de ensino com mais registros foi a Escola Sérgio Gouveia de Lima, em Nazaré da Mata, com 30 casos; seguida do Erem Frei Romeu Peréa, em Jaboatão dos Guararapes, com 25”, diz o Sintepe, em nota.
O Sintepe acredita ainda que “o número de casos é bem maior que o total levantado neste relatório”. “Em muitas escolas, os gestores ou responsáveis confirmaram infecções por Covid-19, mas não souberam especificar um quantitativo referente à unidade de ensino sob sua administração, impossibilitando assim, que os representantes do Sindicato contabilizassem esses dados em relatório”, frisa.
O levantamento realizado pelo Sintepe também revela “outros dados como o de que, na grande maioria das vezes, quando houve confirmação da covid-19 entre estudantes, as aulas da unidade escolar não foram suspensas”. “Em 80,4% dos casos as aulas na escola continuaram e em 19,6% dos casos a escola fechou. Da mesma forma ocorreu com professores e professoras. Quando houve confirmação de contaminação pela covid-19, em 85% dos casos as aulas na unidade escolar não foram suspensas. Em todos esses casos, apenas as salas onde houve a contaminação tiveram suas aulas suspensas”, afirma o sindicato.
“Para surpresa dos diretores do Sintepe, em 90% das unidades houve o respeito ao distanciamento de 1,5 metros entre as carteiras dos estudantes, assim como o recreio era feito em momentos diferentes para evitar a aglomeração. Mesmo assim, esses protocolos não evitaram o contágio”, afirma o comunicado.
Para a secretária geral do Sintepe, Marinalva Lourenço, que coordenou o levantamento de dados, mesmo com o cumprimento de alguns protocolos, não foi possível evitar a contaminação de professores, professoras e estudantes. “As escolas são ambientes vivos e dinâmicos. Não adianta apenas cumprir certos protocolos como uso de máscaras e distanciamento em um breve período, mas os estudantes se aglomerarem na volta para casa, no transporte coletivo lotado. É preciso vacina urgente para que o retorno às aulas seja seguro”, afirmou a secretária geral do Sindicato.
O Sintepe também listou o nome de professores, professoras e outros profissionais de educação que morreram de covid-19 na última semana, mas advertiu que esses foram os nomes que chegaram ao Sindicato, podendo o número de vítimas ser maior.