Em entrevista ao jornal O Globo, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou que não vai admitir a possibilidade de uma politização da polícia no Estado, numa reação ao alerta feito no início da semana pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para os demais gestores estaduais do País.
O socialista disse, porém, que causa preocupação o tipo de mobilização que tem sido feita para o protesto a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Dia da Independência. O pernambucano também afirmou que, por a polícia ser muito grande, não é possível ter “100% de controle” sobre todos os policiais, embora tenha reforçado a sua confiança sobre a PM estadual.
“Obviamente, toda essa mobilização (para o 7 de setembro) causa preocupação. A corporação policial é muito grande, você não tem 100% de controle sobre todo mundo, mas eu tenho confiança na PM de Pernambuco. Quando tivemos aquele protesto do ‘Fora, Bolsonaro’, com reação policial e balas de borracha, tomamos as providências e afastamos quem cometeu excessos. Mas depois houve diversas manifestações, todas dentro da normalidade”, afirmou Paulo Câmara.
“Essas ameaças do presidente, a coisa de ‘esticar a corda’ com as instituições, isso nos preocupa. Mas reafirmo que não vamos admitir politização das polícias. Queremos uma polícia forte contra o crime, mas que respeite os direitos humanos e a Constituição, e não vamos admitir que extrapole essas prerrogativas. Não podemos entrar nessa onda de intolerância e agressões que vemos muitas vezes por parte do presidente da República. Temos que ser duros se houver exagero, mas respeitar quem pensa diferente, dentro dos limites democráticos”, explicou Câmara.