O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), confirmou, durante entrevista ao programa 4×4, no Youtube, que o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, será seu vice-presidente na chapa que disputará as eleições presidenciais deste ano.

“É uma pessoa que eu admiro muito. É uma pessoa que, caso eu seja reeleito, vai me ajudar nos próximos anos. Agradeço a ele por ter aceitado essa missão”, afirmou Jair Bolsonaro.

De acordo com o presidente, o anúncio oficial do nome do ex-ministro deve ocorrer durante esta semana.

Segundo o Estadão, o Centrão havia pressionado, em fevereiro, pelo nome da deputada Tereza Cristina na vice como forma de ampliar a adesão de Bolsonaro junto ao eleitorado feminino. As articulações seriam para montar uma chapa Centrão “puro sangue”, esvaziando o poder militar.

Centrão

A ala política do governo Bolsonaro, nas mãos do Centrão, admitiu que uma mudança de vice seria delicada por desagradar aos militares, mas necessária para dar um rumo à campanha. A avaliação do grupo era de que o presidente necessitava com urgência de um “fato político” para sair de sucessivas “pautas negativas” que pesam contra o governo.

Interlocutores de Bolsonaro observaram, ainda, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as recentes pesquisas, tentou reeditar a “Carta ao Povo Brasileiro” de 2002 – para acalmar o mercado financeiro -, ao anunciar uma dobradinha com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), seu antigo adversário.

No diagnóstico desses aliados, a entrada de uma mulher na chapa de Bolsonaro não apenas faria contraponto com Lula como daria um “empurrão” para que ele ultrapassasse o petista. Braga Netto, ao contrário, não agregaria votos.

Em conversas reservadas, no entanto, Bolsonaro já teria dito que a escolha do ex-ministro da Defesa para compor a chapa funciona como uma espécie de “seguro contra o impeachment”, caso seja eleito.