Um mar de gente tomou as ruas do Recife, nesta sexta-feira (14), para acompanhar a caminhada do ex-presidente Lula (PT). Ao lado do prefeito do Recife João Campos (PSB) e de Marília Arraes (SD), o petista pediu votos para a candidata do Solidariedade e selou a unidade entre os primos.
O ato, que saiu do Parque Treze de Maio e seguiu pelas principais vias do Centro do Recife, foi encerrado na Praça do Carmo, no bairro de Santo Antônio. Lá, o ex-presidente discursou para a multidão que acompanhou o percurso. “Meu querido prefeito João Campos, obrigado por sua decisão de estar aqui conosco para fazer a Marília governadora de Pernambuco”, disse Lula no começo da sua fala.
O discurso do candidato do PT foi marcado por críticas à volta da fome e ao Teto de Gastos. O presidente Jair Bolsonaro também foi lembrado por Lula, que comparou o público presente na visita do candidato do PL à capital pernambucana ao ato desta sexta. “Eu vi o comício mixuruca que Bolsonaro fez aqui ontem. Quando eu vi a quantidade de gente na nossa passeata hoje, eu só consegui agradecer do fundo do coração. Vamos aqui tirar uma foto para mostrar para ele, para ele saber como é que se junta gente.”
A caminhada encerrou a série de viagens do ex-presidente pelo Nordeste. Nos últimos dias, Lula esteve em Salvador (BA), Aracaju (SE) e Maceió (AL), onde aliados disputam o segundo turno para os governos locais. A passagem por Pernambuco foi recebida como um presente por Marília Arraes, que largou atrás da adversária, Raquel Lyra (PSDB), nas pesquisas desta segunda etapa.
Ao lado da ex-petista, Lula pediu que as pessoas que vão votar nele, no próximo dia 30, “votem também na companheira Marília”.
“Era para eu ter ganho essa eleição no primeiro turno. Eu passei praticamente três meses faltando só um tiquinho para ganhar. Mas eu acho que Deus falou: ‘vamos ver se a Marília vai ganhar em Pernambuco. Espere ela, espere ela para você vir junto fazer campanha’”, brincou o ex-presidente.
Antes de Lula discursar, Marília pediu que o petista trouxesse “o Brasil de volta para os brasileiros” e afirmou que é preciso vencer o fascismo e a fome. A candidata também mencionou o primo, João Campos, e disse que o palanque de Lula em Pernambuco não comporta ódio nem divisão.
“Quero fazer aqui duas saudações especiais, ao senador Humberto Costa e ao prefeito do Recife, João Campos”, disse, no início da exposição. Humberto foi um dos principais obstáculos para a candidatura dela pelo PT, este ano. O socialista, por sua vez, enfrentou a prima na corrida pela Prefeitura do Recife, em 2020, marcada pelo duro embate entre ambos. A reaproximação, ao menos circunstacial, entre os dois foi articulada por Lula.
A candidata do Solidariedade também mandou uma indireta para Raquel Lyra. “Esse momento da história do Brasil, é de uma irresponsabilidade sem tamanho dizer que tanto faz. É de uma irresponsabilidade histórica com o Brasil, com o povo, principalmente o povo mais pobre, porque acima de tudo Bolsonaro é anti-pobre”, disparou em clara referência à tucana, que declarou neutralidade no segundo turno da disputa presidencial.