O Tribunal de Barcelona decidiu nesta terça-feira manter em prisão preventiva o jogador Daniel Alves, enquanto aguarda julgamento, suspeito de ter agredido sexualmente uma mulher numa boate na cidade catalã, devido ao “alto risco de fuga”.
A Justiça espanhola considera que “existe um elevado risco de fuga relacionado, por um lado, à elevada pena que pode ser aplicada no presente caso, aos graves indícios de criminalidade contra ele e à volumosa capacidade econômica que lhe permitiria, como dissemos, deixar a Espanha a qualquer momento”, disse o tribunal em um comunicado.
Para o tribunal, a retirada do passaporte do ex-jogador do FC Barcelona, de 39 anos, “não o impediria (…) de deixar a Espanha por via aérea ou marítima ou mesmo por terra sem documentação”, continuou o comunicado.
Nem a imposição de uma grande fiança serviria como dissuasor para Alves, já que “ele tem um grande patrimônio”, estimou o tribunal.
Se chegasse ao Brasil, “não seria entregue à Espanha nem por ordem internacional de prisão ou extradição”, continuou, já que o país não costuma extraditar brasileiros.
Tanto o Ministério Público quanto a acusação particular se opuseram à sua libertação.
Aliás, a advogada da vítima relembrou, para se opor à liberdade condicional, o caso de outro ex-jogador de futebol, Robinho, condenado a nove anos de prisão na Itália pelo estupro coletivo de uma jovem em 2013, mas que vive tranquilo no Brasil.
A defesa do jogador havia proposto que um dispositivo de monitoramento eletrônico fosse colocado sobre ele, mas o tribunal considerou que esses dispositivos não visam geolocalizar a pessoa que o instalou, mas sim proteger a vítima e evitar que uma ordem de restrição seja descumprida.
Em 2 de janeiro, uma jovem denunciou que Alves a havia estuprado no banheiro de uma boate em Barcelona no final de dezembro.
O jogador, que inicialmente negou conhecê-la, mudou várias vezes de versão mas acabou por admitir que tiveram relações consensuais, segundo fontes próximas ao caso.
A juíza do caso tratado como um suposto crime de agressão sexual — que no código penal espanhol inclui estupro — decretou prisão preventiva para Alves em 20 de janeiro, sem direito a fiança, levando em conta, entre outras razões, as contradições em seu primeiras declarações e o alto risco de fuga.