A ausência hoje de um nome de peso na política pernambucana – como os de Miguel Arraes de Alencar, Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, para citar os mais recentes na história – tem reforçado nos últimos dias os laços entre setores do PT e os insatisfeitos ou já afastados do PSB.
Eles estão construindo alternativas já de olho nas eleições de 2026. Observam que a governadora Raquel Lyra (PSDB) não tem sinalizado capacidade de agregar, começando pelo relacionamento cheio de percalços que vem mantendo com a Assembleia Legislativa.
É nesse vácuo que se sobressaem nomes como o do presidente do Banco do Nordeste do Brasil, o ex-governador Paulo Câmara; o ex-deputado federal e ex-candidato ao Governo do Estado, Danilo Cabral (PSB), que em breve deve ser anunciado como superintendente da Sudene; o ex-deputado federal e hoje secretário de Micro e Pequenas Empresas do Ministério do Desenvolvimento, Milton Coelho (PSB); o deputado federal Carlos Veras; o senador Humberto Costa e a senadora Teresa Leitão, os três do Partido dos Trabalhadores.
Eles estão trabalhando conjuntamente para ocupar esse espaço. E não estão sozinhos. Chegam referendados pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Querem um protagonista no Estado do líder nacional.
Por enquanto, ninguém expõe o desejo de mexer nas peças para o pleito do próximo ano, especialmente no Recife. Consideram o prefeito João Campos (PSB) um bom nome. Sabem da sua gestão avaliada positivamente. Mas entendem que ainda é muito novo para ser o exponente em Pernambuco. O gestor municipal mais jovem do País tem 29 anos e uma longa estrada pela frente. Apostam.
Não à toa o almoço em homenagem a Paulo Câmara, na última segunda-feira (29/05). Não à toa tantos empresários, deputados estaduais e federais, prefeitos, outros líderes juntos. Não à toa Humberto Costa foi o primeiro a discursar com toda a bancada do PT em seu entorno.
Não à toa Paulo Câmara anunciou que vai percorrer todos os municípios e que irá contemplar com linhas de crédito do pequenininho ao grande investidor. O ex-governador tomou gosto pela política. Soltou as amarras. Livrou-se de entraves.
O evento em um restaurante em Boa Viagem, Zona Sul da cidade, foi o anúncio (quase) oficial desse novo grupo político. Nessa área não se dá ponto sem nó.
Do Blog da Folha (Por Betânia Santana)