Pesqueira tem 6ª maior população indígena do Brasil

Uma cidade do Agreste de Pernambuco está entre as líderes do ranking nacional de maiores populações indígenas. Segundo dados do Censo 2020, divulgados nesta segunda (7), Pesqueira, distante 203 quilômetros do Recife, aparece em sexto lugar na relação. Para quem não lembra, um cacique chegou a ar eleito prefeito do município, mas foi impedido de governar pela Justiça Eleitoral.

Os dados do Censo mostram que Pesqueira tem 22.728 indígenas. A cidade fica atrás de Manaus (AM) (71.713); São Gabriel da Cachoeira (AM) (48.256); Tabatinga; (AM); (34.497) Salvador (BA) (27.740) e São Paulo de Olivença (AM) (26.619).

A lista das dez cidades com maior número de integrantes de povos originários tem ainda Autazes (AM) (20.442); Boa Vista (RR) (20.410); Tefé (AM) (20.394) e São Paulo (SP) (19.777).

O Censo apontou também que o Brasil tem quase 1,7 milhão de indígenas. Dois de cada três deles vivem fora de terras demarcadas.

Com quase 97% da população formada por povos originários, Uiramutã, em Roraima, tem a maior concentração de indígenas em todo o Brasil.

Com 106,6 mil pessoas, Pernambuco é o quarto estado com maior população indígena do país, Este contingente equivale a 1,18% do total de pernambucanos recenseados pelo IBGE em 2022.

Tribos

Pesqueira surgiu entre 1671 e 1672 com a fundação de uma missão da Congregação do Oratório, junto ao povo indígena cariri.

Eles faziam parte da etnia xucuru, que desde aquela época habitava a Serra do Ororubá. O local foi batizado pelo padre como Missão de Nossa Senhora das Montanhas, também chamada de Missão de Ararobá, que depois se tornou Monte Alegre e finalmente Cimbres, quando foi elevada à categoria de vila em 3 de abril de 1762.

Os xucurus vivem na Serra do Ororubá. São 24 aldeias. A terra indígena, homologada em 2001, ocupa uma área de 27,5 mil hectares.

Cacique

Em 2020, o cacique Marcos Luídson de Araújo, conhecido como Marcos Xucuru (Republicanos), foi o candidato mais votado nas eleições para prefeito.
Ele teve 51% dos votos válidos (17.654 votos), derrotando Maria José (DEM), que tentava a reeleição. Com isso, ele se tornou o primeiro indígena a ganhar uma disputa eleitoral no município.

Só que a história durou muito pouco. Em agosto de 222, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro da candidatura do cacique Marcos Xukuru e decretou que ele está inelegível até 2024.

O cacique ficou impedido de assumir o cargo por causa de uma condenação sofrida em 2015 na Justiça Federal pela prática de crime contra o patrimônio privado, por incêndio a residência particular provocado em 2003, depois de ele ter sofrido um atentado e quase ter sido morto num dos episódios da histórica disputa por terras no território indígena.

Informações Blog do Ricardo Antunes