A interiorização do gás natural deu mais um passo. Pleito antigo da iniciativa privada, o combustível será levado, por meio de um gasoduto de 125 km, de Caruaru, no Agreste, até Arcoverde, porta do Sertão do Estado. A novidade é uma extensão do trecho já existente entre Recife e Caruaru. O investimento, de R$ 350 milhões, é da Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás).
A obra será feita em duas etapas. A primeira, com 50 km, irá até Belo Jardim e tem o Grupo Moura como cliente-âncora. A segunda, com 75 km, irá até Arcoverde, tendo a Mineradora Floresta, do Grupo Tavares de Melo, como maior consumidor. Os postos de combustíveis ao longo do percurso também serão beneficiados com o Gás Natural Veicular (GNV).
O edital de licitação será lançado em março. A expectativa é que as obras comecem entre julho e agosto, com prazo de entrega até dezembro de 2015, para o primeiro trecho, e até 2018, para o segundo. “O gasoduto irá ajudar no desenvolvimento do interior do Estado. Muitas indústrias só podem se instalar se existir gás”, enfatiza o presidente da Copergás, Algo Guedes. Ele tomou posse nesta semana como presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
O gasoduto terá capacidade de levar 400 mil m³ de gás por dia. Uma das grandes interessadas, a Moura, irá injetar R$ 10 milhões no projeto. Somente sua planta de Belo Jardim consome diariamente 30 mil m³ de Gás Natural Comprimido (GNC), com expectativa de chegar a 50 mil m³ até 2020. A empresa gasta hoje R$ 6 milhões por ano somente para transportar o combustível de Caruaru até a fábrica. “Quem não tem indústria não faz ideia da importância de se ter gás natural na porta”, comemora o presidente do grupo, Sérgio Moura.
GNL – A Copergás está negociando com a empresa paulista GasLocal, que tem a White Martins como sócia, a instalação de um ponto de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Arcoverde, a um custo de R$ 100 milhões. A ideia é que o combustível chegue até lá em forma de gás, que seria levado posteriormente a uma temperatura de -160ºC para se converter em líquido, que ocupa vinte vezes menos espaço. O produto poderia, então, ser levado a até 800 km de distância a um custo reduzido, atendendo à demanda, por exemplo, de Petrolina e do Araripe.