A notícia é o fato política da semana que se inicia: a decisão do PTB de abandonar a coligação de Dilma Rousseff (PT) para apoiar Aécio Neves (PSDB) foi recebida com choque no Planalto, segundo informa Bernardo Mello Franco, na sua coluna, hoje, no jornal O Globo. O presidente do partido, Benito Gama, — diz o colunista — levou a notícia pessoalmente a um atônito Aloizio Mercadante (Casa Civil). O petista pediu tempo, mas a fatura estava liquidada. À noite, ele e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) insistiram por telefone, em vão. Melo Franco sequencia os fatos decorrentes da verdadeira bomba petebista sobre seus ex-aliados palacianos:
”Da cadeia, no Rio, o ex-deputado Roberto Jefferson já havia autorizado a guinada. O partido vai manter alianças locais com o PT. Em Pernambuco, os petistas apoiam Armando Monteiro (PTB). No Rio Grande do Sul, os petebistas estão com Tarso Genro (PT).
A deputada estadual Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Jefferson, manteve o ex-deputado informado durante a semana. Hoje um advogado o visitará para levar as notícias. Os petebistas entregarão na segunda-feira a vice-presidência corporativa da Caixa, hoje ocupada por Luiz Rondon.
Integrantes da cúpula do PTB afirmam que o acordo com Aécio não inclui a indicação do candidato a vice na chapa tucana. A vaga continuará à espera do PSD.
O senador Gim Argello (PTB-DF), um dos mais animados com a guinada pró-Aécio, costumava se dizer amigo próximo de Dilma. Ainda há dúvidas sobre Fernando Collor (PTB-AL), que esqueceu as brigas com Lula e virou dilmista desde criancinha em 2010. Em maio, ao almoçar na sede do PTB, a presidente exaltou as raízes getulistas do partido e disse que seu apoio era ‘fundamental’. ”