Especialistas dos EUA vão investigar acidente com jato que matou Campos

Uma equipe dos Estados Unidos está a caminho do Brasil para participar da investigação da queda do jato executivo que matou o candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, e mais seis pessoas. O grupo é formado por especialistas do National Transportation Safety Board (NTSB), a principal autoridade norte-americana de investigação de acidentes, e da Cessna Aircraft Company, o fabricante do avião.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão investigador da Força Aérea Brasileira (FAB), comunicou nesta sexta-feira (15) que o gravador de voz do avião acidentado não registrou o áudio da cabine do voo que transportava Eduardo Campos.

As causas técnicas da falha do gravador ainda não foram esclarecidas pela FAB.

O conteúdo que ficou gravado se refere a uma conversa durante abastecimento no solo, com os motores desligados, em local e data não identificados.

O gravador tem capacidade para registrar duas horas seguidas de sons, e começa a trabalhar toda vez que o avião é energizado, isto é, assim que os sistemas elétricos são ligados.

Às vezes, na manutenção, os técnicos costumam desligar o gravador, justamente para impedir que ao ligarem as baterias, conversas anteriores sejam apagadas.

Nota Anac
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que regulamenta a aviação civil, disse que esse tipo de avião não pode decolar se o gravador de voz não estiver funcionando. O equipamento, apesar de não ser um item de segurança, deve ser checado pelo comandante antes do início do taxiamento da aeronave.

Mas essa regra não se aplica para voos não remunerados. Mesmo que o piloto identifique que o gravador não está funcionando ele pode voar.

Com as gravações da cabine, os peritos esperavam ajuda para entender o que aconteceu com o avião. Os investigadores têm à disposição agora apenas as gravações dos contatos dos pilotos com os diversos órgãos de controle do tráfego aéreo.

O brigadeiro Jorge Kersul Filho, que já foi chefe do Cenipa, explicou quais serão os próximos passos da investigação. “Os investigadores agora vão levantar como estavam operando os motores. Com a análise dos motores pelo fabricante, vão levantar as condições meteorológicas do momento ou até desde a decolagem do Rio de Janeiro”.

Nesta sexta, peritos da Polícia Federal (PF), da Aeronáutica e da Polícia Civil de São Paulo continuaram vasculhando a área onde o jatinho caiu. Retiraram vários pedaços do avião e começaram uma nova etapa da investigação.

Eles usaram um drone e, ainda, scaners que tiram fotos em três dimensões para criar um ambiente virtual do local do acidente.

O caso
A queda do avião ocorreu por volta das 10h de quarta-feira (13), em um bairro residencial de Santos, no litoral paulista. Chovia no momento do acidente.

A Aeronáutica informou em nota que o avião decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá, no litoral de São Paulo. “Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave”, informou.

Além de Eduardo Campos, outras seis pessoas estavam na aeronave.

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