O senador Armando Monteiro Neto (PTB) deverá ser nomeado, oficialmente, hoje, pela presidente Dilma Rousseff (PT), para ocupar o cargo de ministro da pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele será o quarto ministro do segundo mandato a ser anunciado. O iminente cargo federal traz à tona a polêmica sobre os possíveis embates entre Armando Monteiro Neto e o futuro governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), devido à disputa acirrada nas eleições deste ano. A indicação de Armando, ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) entre 2002 e 2010, apesar de ter sido bem aceita entre o empresariado nacional, causa expectativa nos segmentos com relação aos desafios a que ele será submetido, caso seja nomeado ministro.
“Os palanques já estão desmontados”, disparou o deputado federal de Pernambuco pelo PTB, Jorge Côrte Real, sobre a possível divergência eleitoral entre Paulo Câmara e Armando Monteiro Neto, caso seja confirmada a nomeação para ministro. Entretanto, Côrte Real – ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) – aponta que o grande desafio para Armando, caso assuma o cargo federal, será devolver ao País a competitividade da indústria. “Melhorar a produtividade e, consequentemente, rever a questão da capacitação e da geração de empregos, além de se entrosar com a equipe econômica e conseguir brechas para a redução fiscal serão algumas das dificuldades enfrentadas pelo senador”, apostou. No que depender de Côrte Real, a oposição irá cobrar as medidas “de modo contributivo, para fazer o que for possível para alavancar o desenvolvimento do Estado”.
No segmento do comércio, o presidente da Câmara dos Lojistas de Pernambuco (CDL/ PE), Eduardo Catão, enxerga que um pernambucano em um cargo federal deve somar para o Estado. “Acredito que um dos principais desafios será fazer o Arco Metropolitano sair do papel. Pronto, o projeto vai atrair investimentos para Pernambuco e, como consequência, vamos ter um retorno positivo para o comércio pernambucano. Além disso, priorizar incentivos para as pequenas e micro empresas deve ser ressaltado nessa possível gestão como ministro”, opinou Catão.
O líder do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pelo PSB, Valdemar Borges, acredita que a disputa entre Armando e Paulo Câmara não deverá afetar possíveis repasses ao governo estadual. “Pernambuco não será nem beneficiado, nem prejudicado. Quero crer que a relação entre os dois será voltada para o interesse público, sem richas”, disse Borges. Ele destacou que, durante a gestão de Eduardo Campos, Pernambuco demonstrou ao Governo Federal a capacidade de transformar os recursos repassados em projetos concretos e que isso deve ser um incentivo aos repasses.