São durante as festividades juninas que os tradicionais fogos de artifício e as fogueiras entram em cena. Com isso, o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco e a Secretaria Estadual de Saúde, preparou dicas de cuidados para não interromper as comemorações por causa de acidentes com queimadura, mas caso haja como devem ser feitos os primeiros socorros.
Segundo o 1º sargento BM, Júlio Sergio, o maior perigo está no manuseio errado de fogueiras e fogos de artifício que podem comprometer as brincadeiras e tirar o brilho dos festejos. O CBMPE não recomenda o uso de inflamáveis, mas alerta para os cuidados de quem opta. Primeiramente, os fogos devem ser adquiridos apenas nas barracas autorizadas. “As pessoas só devem comprar os produtos nos locais cadastrados e vistoriados pelo Corpo de Bombeiros, são esses locais que possuem alvará de funcionamento e cumprem as normas exigidas”, explica.
Antes de comprar os fogos, é preciso estar atento à classificação que vem na caixa do produto. “Existem quatro classes, que são A, B, C e D. A classe A é para crianças, são aqueles que não explodem e têm menos poder ofensivo. O B tem um potencial baixo de explosão e é indicado para pessoas até 16 anos. Já a classe C e D são mais poderosas e devem ser manuseadas apenas por pessoas acima dos 18 anos”, esclarece o sargento.
E mesmo obedecendo a classificação, os responsáveis devem redobrar a atenção. “Os adultos não devem deixar as crianças sozinhas. E mesmo os fogos sendo de menor potencial, as famosas estrelinhas ou traques de massa, devem ter sempre a supervisão de um adulto. Orientamos, também, para não deixar nada dentro de bolsos para evitar qualquer acidente”, destaca o sargento.
Vale lembrar que fogos de artifícios não podem ser soltos em vias públicas ou próximos de estruturas como postos de gasolina. Para reduzir o perigo, ao soltar os fogos é importante seguir as orientações indicativas contidas na embalagem. O CBMPE ressalta que soltar fogos em locais fechados, perto de copa de árvores, perto da rede elétrica ou próximo a pessoas deve estar fora de cogitação.
Em casos de rojões e bombas, não é aconselhável acender o material na mão. “Uma base segura deve ser usada, onde fique distante da mão e do braço. No São João, a parte do corpo onde mais é registrado queimadura é na mão”, explica o sargento.
E em caso de queimadura, o que fazer?
Segundo o chefe do Centro de Queimados do Hospital da Restauração, Marcos Barreto, em caso de acidentes, alguns cuidados são necessários. No caso de queimaduras pequenas, o indicado é colocar água corrente no local por um longo período. Depois, a pessoa deve envolver o machucado em um pano limpo e úmido e se encaminhar a uma unidade de atendimento.
O mesmo não pode ser feito para machucados de alto grau. “Se for uma lesão que tenha sangramento, perda parcial do membro, o ideal é comprimir o local para conter o sangramento e ir imediatamente à unidade de atendimento terciária, que pode ter ortopedista, cirurgião vascular, cirurgião geral, entre outros. Se for uma queda na fogueira, como é comum acontecer nessa época, a pessoa precisa vir imediatamente para um hospital de grande porte, porque a queimadura geralmente é extensa, são as chamadas de “terceiro grau”, explicou.
Ainda segundo o especialista, o paciente não deve menosprezar a queimadura e não tentar nenhuma receita caseira. “manteiga, margarina, clara de ovos, e pasta de dente não devem ser colocadas na lesão, isso só vai piorar”,alerta.
Em caso de emergência: Nos casos de acidente de alto potencial, a pessoa deve ir até o posto de atendimento mais próximo, ligar diretamente para o SAMU (192), ou ligar para os bombeiros (193) solicitando socorro imediato.