A capital pernambucana receberá a Conferência Brasileira da Mudança do Clima. As contribuições do evento servirão de propostas para o Brasil em relação aos compromissos nacional para o acordo global do clima. A conferência é uma organização do Instituto Ethos – uma Oscip que há 21 anos mobiliza o setor empresarial a gerir os seus negócios a partir do protagonismo socioambiental. Em Pernambuco, por sinal, uma solução socioeconômica e tecnológica que gera renda, riqueza e cidadania para agricultores a partir da produção conjunta de alimentos e energia em pequenas áreas com altas temperaturas e grande variabilidade pluviométrica (com áreas que chovem bem e em outras não), já reconhecida como eficiente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), integrará a programação.
A Ecolume é responsável pela criação, implantação e operação do 1ª Sistema Agrovoltaico brasileiro, instalado do Sertão do Moxotó de PE, na escola de Agroecologia Serta, que é uma Oscipe. O sistema produz o ano todo energia solar, alimento vegetal, mudas de plantas nativas para o reflorestamento e proteína animal através de um sistema fotovoltaico e hídrico fechado e orgânico. A tecnologia engloba três subsistemas: as placas fotovoltaicas para a geração de energia elétrica e a captação de água da chuva; a produção orgânica de alimentação vegetal e animal por tubos e tranques (aquaponia) através de irrigação circular e fechada; e o reuso e reutilização da água usada em outras áreas da propriedade.
O desempenho do sistema tem sido reconhecido nacionalmente. Ainda em 2018, a Fundação Getúlio Vargas classificou como uma experiência exitosa na produção alimentar. A tecnologia do Ecolume foi incluída pela fundação no seu programa Bota da Mesa, que são diretrizes públicas e empresariais para inclusão da agricultura familiar na cadeia de alimentos
Há poucos dias, a potencialidade bioeconômico desse sistema acaba de ser reconhecida pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC). A maquete da tecnologia ficou em destaque na 16º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, realizada no último mês. Marcos Pontes, ministro do MCTIC, conferiu os resultados e o funcionamento dessa inovação. Para Fábio Larotonda, que é diretor do Programa de Desenvolvimento Científico do MCTIC, a Ecolume vem implantando soluções inovadores diante dos desafios globais, atento ao clima e a partir da rica biodiversidade brasileira e a sua correta exploração bioeconômica através do sistema agrovoltaico na Caatinga.
Semanas antes, resultados dessa inovação onde demonstram a riqueza e oportunidades da Caatinga no contexto das mudanças do clima foram expostos por Francis e outros pesquisadores da Ecolume durante uma audiência pública na Câmara Federal. Na ocasião, o líder do PSB na casa legislativa, o deputado Tadeu Alencar, classificou a rede Ecolume como uma das alternativas de desenvolvimento para a Caatinga. “Esse projeto (o sistema agrovoltaico) foi criado para mostrar que é possível transformar a realidade do bioma, mesmo com as condições climáticas extremas que trazem dificuldade para a região”, destacou o parlamentar.
SERVIÇO
Conferência Brasileira da Mudança do Clima
De quarta-feira (6) à sexta-feira (8) no Recife
Painel: Socioeconomia Verde no Bioma Caatinga (Ecolume)
Sexta-feira (8), das14h às 15h30, no Paço do Frevo.