A campanha de Raquel Lyra (PSDB), candidata ao governo do estado, denunciou à Polícia Federal (PF) e ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) publicações na internet com notícias falsas. Segundo a coordenação jurídica, as postagens falam sobre supostos posicionamentos da candidata com relação à disputa presidencial.
Os advogados da campanha fizeram documentos endereçados à Polícia Federal em Pernambuco e à Procuradoria Regional Eleitoral de Pernambuco.
Nesses documentos, eles afirmam que há uma “verdadeira operação orquestrada de disseminação de notícias falsas, as ditas fake news, a respeito de supostos posicionamentos e atos políticos pretéritos e futuros das candidatas”.
Eles acusam duas pessoas que, supostamente, seriam ligadas à campanha de Marília Arraes. Além dessas pessoas, a campanha da adversária também é alvo das representações na Justiça Eleitoral e na Polícia Federal.
A campanha de Raquel Lyra afirma que essas duas pessoas fizeram montagens com fotos de Raquel Lyra, e adulteraram prints de matérias jornalísticas, com informações falsas. Segundo o advogado Túlio Vilaça, um dos coordenadores jurídicos, as postagens são feitas de forma sistemática.
“Vários perfis falsos foram criados utilizando os filhos da candidata e disseminando notícias falsas em relação a Raquel, sem ter o mínimo de compaixão para com a candidata que está vivendo o luto pela perda do esposo. As notícias estão sendo utilizadas sob o manto de que ela está reclusa em luto e nem o respeito que ela precisava foi observado”, afirmou o advogado.
Segundo Túlio Vilaça, uma das notícias falsas é uma montagem de uma foto tirada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pernambuco, em que estavam Raquel Lyra, a candidata a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) e o presidente da seccional, Fernando Ribeiro Lins.
Na montagem, no lugar do rosto do presidente da OAB, foi colocada a imagem do presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). A ordem emitiu nota e repudiou o caso, afirmando, ainda, que recebeu visitas de diversos candidatos ao governo do estado, e que nenhum presidenciável participou.
“Fizemos representação ao TRE e denúncia à PF, porque nós não estamos preocupados com críticas, mas fake news não podemos tolerar. Porque é crime e estamos sendo vítimas de uma avalanche montada por uma equipe profissional, que tem feito isso de forma sistemática”, disse o advogado.
O TRE confirmou o recebimento da ação, mas ela ainda não tinha sido julgada. A PF informou que, até a última atualização desta reportagem, não havia recebido informação sobre essa ação.
Ainda de acordo com a PF, qualquer notícia de supostos crimes eleitorais passa por uma análise inicial da corregedoria e, posteriormente, caso seja verossímil, é encaminhada para a delegacia especializada.