Caravana do Cremepe revela mazelas causadas pela seca

As entidades médicas de Pernambuco – Conselho Regional e Sindicato dos Médicos – divulgaram nesta segunda-feira (23) o resultado da Caravana da Seca, realizada entre os dias 16 e 20 de setembro, em nove cidades do Agreste e Sertão pernambucanos.

As cidades visitadas pelo projeto foram João Alfredo, Arcoverde, Serra Talhada, Betânia, Sertânia, Ibimirim, São Bento do Una, Caetés e Bom Conselho. A divulgação aconteceu na presença do presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto d’Avila, que se mostrou revoltado com a situação precária em que se encontram as unidades de saúde do interior do Estado.

De acordo com os médicos que trabalharam na Caravana, a água é um problema grave nos municípios, já que a maioria da população só recebe água a cada quinze dias ou mensalmente. Muitos, inclusive, precisam comprar baldes e tonéis com água, que custam R$ 5 e R$ 10, respectivamente, ou pagar o valor de R$ 120 por um carro pipa. “Isso sem falar na qualidade da água, que teremos o resultado do material coletado nos hospitais e escolas públicas na próxima semana”, disse a presidente do Cremepe, Helena Carneiro Leão.

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Os problemas na saúde pública foram relacionados à seca no interior do Estado

Também foram encontrados diversos problemas nas unidades de saúde e hospitais, assim como na merenda escolar. “Em Serra Talhada, por exemplo, a merenda escolar é só angu e leite e ainda é divida com o presídio. Já em Caetés e Bom Conselho, as crianças comem arroz, feijão, carne, macarrão e frutas”, revelou Roberto d’Avila.

No setor da saúde quase todos os vínculos são precários. “Os contratos são feitos de boca, o médico não tem nenhuma garantia trabalhista e também não recebe os salários altíssimos que são divulgados”, denunciou d’Avila.

A pesquisa contou com escutas de rua, que mostraram uma dura realidade: metade da população desses municípios diz ter sede e fome, tornando a vida mais difícil. A situação reflete na vontade de 59% dos entrevistados afirmarem que desejam sair de onde moram.

O resultado da visita e os relatórios da análise laboratorial da qualidade de água serão enviados às autoridades responsáveis como Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde, Ministério da Saúde, Gabinete da Presidência, Ministério Público estadual e Federal e Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Este post tem um comentário

  1. Pereira

    Isso é demagogia e falta de respeito ao povo! de 1972 a 1973 houve seca de 1982 a 1983 houve seca também de 1992 a 1993 foi a mesma coisa de 2002 a 2003 continuou a mesma coisa de 2012 a 2013 está o caos que estamos vendo. Será que as autoridades ainda podem alegar que estão sendo pegos de surpresa ou é falta mesmo de respeito ao povo? 2014 vem aí e é ano de eleição espero que o povo tenha a coragem de protestar nas urnas sem vandalismo e dar a esses ratos de porão a resposta que eles realmente merecem.

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