Fruto ainda pouco conhecido em outras regiões do País, o umbu pernambucano vai ganhar espaço no mercado europeu a partir de fevereiro do próximo ano. O primeiro cliente será da Suécia, onde está sendo desenvolvida uma embalagem comestível adequada ao perfil ecológico do produto. As exportações da polpa da fruta devem ganhar ainda mais fôlego através da participação da Cooperativa da Agricultura Familiar Indígena e Assentados do Nordeste Brasileiro (Coodapis) na Biofach – maior feira de orgânicos do mundo, realizada em Nuremberg, Alemanha. Durante o evento, que ocorre também em fevereiro, o umbu será apresentado como novidade, junto a frutas como acerola, caju e cajá. A partir daí, a expectativa é exportar quatro toneladas de polpas por mês.
“Essa é a sexta vez que participamos da feira e, além de fazer negócios, aprendemos o que há de novidade em termos de produtos, processos e embalagens”, explica o presidente e fundador da Coodapis, José Adelmo Cabral.
Produtos como a macaxeira e o cará embalados a vácuo são resultados desse aprendizado adquirido com a participação em eventos internacionais. Somente este ano a cooperativa investiu R$ 10 mil no desenvolvimento de novas embalagens que adequam a produção às demandas do mercado. Uma das consequências foi o aumento de 20% no faturamento deste ano.
“O fato de uma cooperativa que surgiu no Sertão do Estado exportar para a Europa mostra que é possível chegar ao mercado internacional e fortalece a agricultura familiar”, afirma o titular da Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário em Pernambuco, Rodrigo Almeida. A unidade é ligada à Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), responsável pela chamada pública que selecionou cinco cooperativas do País para participar da Biofach.
Fundada na cidade de Tabira, Sertão de Pernambuco, a Coodapis foi a única entidade do Nordeste selecionada. Hoje, conta com 368 agricultores familiares pernambucanos e paraibanos.