O curso de formação Caminhos das águas – fortalecendo fazeres e saberes artísticos e culturais está com inscrições abertas até esta sexta-feira (02), no link. O evento, aberto e gratuito, acontece no campus Monteiro, do Instituto Federal da Paraíba (IFPB). Ao todo, são 60 vagas distribuídas para Monteiro e municípios da região, como Prata, São João do Tigre, Congo, Umbuzeiro, Amparo, entre outros, e comunidade interessada.
A atividade é uma ação do Governo Federal, do Ministério da Cultura (MinC) – por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (SEFLI) – e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com parceria local do Instituto Federal da Paraíba (IFPB).
As aulas presenciais acontecem de terça a sexta-feira, das 18h às 22h, e sábado das 8h às 12h e das 14h às 18h. As inscrições serão validadas com o envio de uma mensagem de confirmação até o dia 03 de agosto. O formulário deve ser preenchido na sua totalidade.
Para participar, é necessário ser maior de 16 anos, ser articulador(a) e/ou fazedor(a) artístico-cultural, artista, arte-educador(a) ou educomunicador(a), com prioridade para pessoas ribeirinhas, indígenas e quilombolas.
Pelos rios: cultura, diálogos e formação
O curso tem o total de 40h e, dentre os tópicos abordados, inclui: Como a arte pode auxiliar na percepção do mundo?; Arte, Educação e Educomunicação para quê?; Laboratório Cultura Maker; e Ação e intervenção a partir das artes.
O projeto Caminhos das Águas, em parceria entre o Ministério da Cultura ea UFMT, está inserido no Programa Olhos D’Água e reforça a valorização de saberes artísticos e culturais de cada região do Brasil, em sua diversidade e riqueza, fortalecendo também a percepção social e diálogo, fundamentais nesta abordagem da relação entre Arte e Educomunicação. Para o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura (SEFLI), Fabiano Piúba, o projeto Caminhos das Águas compõe a política de formação artística e cultural do MinC no âmbito do programa Olhos d’Água.
“A força deste projeto é sua conexão com territórios que denominamos de caminhos das águas, seguindo rotas de rios e afluentes nas cinco regiões do país, compreendendo a relação orgânica entre cultura e natureza como vital para a formação de repertórios, a realização de ações de arte e cultura e a elaboração de estratégias de comunicação com artistas, agentes culturais, educadores, professores, comunicadores e agentes sociais. Tais pessoas poderão fazer a diferença em suas comunidades e ambientes de atuação, dando sentido aos seus processos educativos e culturais como dimensões importantes para o desenvolvimento sustentável de seus próprios territórios”, afirma o secretário.
Com o objetivo de atuar em 10 estados brasileiros, o projeto Caminhos das Águas já passou por quatro localidades: Santarém (PA), Tabatinga (AM), Tocantinópolis (TO) e Aldeia Limão Verde, em Aquidauana (MS). “Já passamos pelos rios Tapajós, Amazonas, Solimões e Tocantins, seguindo o fluxo de formar articuladores da cultura local, como quilombolas, ribeirinhos, indígenas dos povos Borari, Ticuna, Kokama, Apinajé e Terena, e artistas do Sairé de Alter do Chão e do FestSol de Tabatinga, e guardiãs da cultura do quilombo do Cocalinho, de Tocantins, com danças como o do Lindor, entre outros”, destaca Maurício Virgulino, coordenador educativo do projeto.
Rede de cooperação
A Pró-reitora de Extensão e Cultura do IFPB, Josi Batista, complementa que, para o Instituto, é uma alegria enorme participar do projeto. “É uma ação que promove o respeito, o reconhecimento e a valorização das culturas existentes em nossos territórios. Estar junto com a UFMT e o MinC representa o encontro de instituições que se importam com o modo de ser e de viver das pessoas, e falar disso é falar em dignidade”, afirma.
O diretor do Campus Monteiro, Abimael Silva, destacou a relevância de receber o curso de formação, considerando a efervescência cultural da região. “Nossas ações têm sido voltadas para que a comunidade possa ter cada vez mais acesso à nossa estrutura. Então, quando a Pró-Reitoria nos procurou, nós prontamente atendemos ao chamado da nossa instituição e da nossa comunidade, por entendermos a importância de capacitar e trazer formação e informação qualificada para os nossos fazedores de cultura”.
“Nesse movimento de troca de experiências, temos a oportunidade de qualificá-los e de aprender sobre seus fazeres diários. Esperamos que muitas outras oportunidades como essa possam vir para que possamos atender cada vez melhor a comunidade do Carari Paraibano. Um outro ponto que precisamos considerar é a parceria institucional entre o Ministério da Cultura, a UFMT, o IFPB e os parceiros que nós temos aqui na região, como a Faculdade Capim Grosso e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB)”, disse Abimael Silva, ressaltando a importância da soma de energias e de disposição para a oferta de mais ações, formações e possibilidades para a comunidade.
Também a coordenadora educativa, Amanda Cuesta, conta que o projeto Caminhos das Águas busca promover a democratização do acesso aos processos de produção e difusão de conhecimento em cultura e arte, com foco na formação em áreas artístico-culturais e na descentralização dos processos de formação no campo artístico-cultural no território nacional.
“O projeto tem como compromisso a descentralização das políticas públicas culturais e, por meio de formações em localidades afastadas dos grandes centros brasileiros, busca reconhecer e valorizar as culturas produzidas por mestras e mestres de culturas tradicionais, povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, com respeito aos seus modos de vida, expressão e saberes”, frisou Amanda Cuesta. A coordenadora educativa acrescentou ainda que, durante uma semana, educadores abordam temas artísticos culturais com o objetivo de ampliação de repertório em arte, educomunicação e elaboração de projetos, buscando a qualificação de profissionais para concorrerem a editais e premiações.
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Para outras informações, entre em contato com trilhaformativa@gmail.com ou procure na página da UFMT.