Após reunião com o governador Eduardo Campos e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o senador Armando Monteiro Neto anunciou, no início da noite desta sexta-feira (11), que o PTB entregou os cargos que possui nas duas gestões do PSB. O encontro ocorreu na sede provisória do governo de Pernambuco, no Centro de Convenções, em Olinda, Grande Recife. Logo após deixar a reunião, perguntado se a decisão tinha relação com seu projeto de candidatura a governador em 2014, o petebista foi direto: “Não posso fechar agora uma antecipação de candidatura, mas é esse o projeto, não se pode negar”.

Depois de comunicar a decisão, o senador, que é o presidente estadual do PTB, conversou com jornalistas e adotou um discurso claro com vistas ao pleito do próximo ano. “Nós temos o desafio da infraestrutura, o sistema viário de Pernambuco, grandes obras de infraestrutura que precisamos completar, ampliar esse esforço na formação de capital humano, e é nessa perspectiva que a gente quer discutir o futuro e essa nova agenda”, disse, logo após criticar os resultados do estado em indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).

O senador evitou fazer críticas mais diretas à gestão de Eduardo Campos, ressaltando que não pretende apontar pontos negativos, mas apenas despertar a atenção para áreas que necessitam de um olhar mais acurado. O petebista revelou que já iniciou as conversas com o PT, porém, ainda não sabe se o partido do ex-presidente Lula irá apoiá-lo ou lançar uma candidatura própria em Pernambuco. “Eu posso dizer que nós já estamos dialogando com lideranças do PT, vamos intensificar esse diálogo exatamente para construir um entendimento com vistas para a próxima eleição aqui”, afirmou Monteiro Neto, que não descartou a aproximação com outras siglas.

O petebista adotou um tom mais incisivo ao falar da sucessão estadual e deu mostras do discurso que sua candidatura deve utilizar na campanha do próximo ano. De acordo com ele, o governo do PSB propiciou grandes avanços a Pernambuco, e isso deixou a população mais exigente. “Quem se acostuma a andar num ritmo mais forte não aceita voltar a um ritmo mais lento”, disse. “Eu não acho que (o governo Eduardo) seja uma obra concluída, uma obra esgotada. Agora eu acho o seguinte, é que nós temos que discutir o ‘pós-Eduardo'”, concluiu.

Armando Monteiro Neto ainda afirmou discordar da postura do governador em dizer que a gestão do PT nacionalmente já “deu o que tinha de dar” e expôs sua opinião sobre a recente aliança firmada entre Eduardo Campos e a ex-ministra Marina Silva: “A única coisa que eu posso dizer é que foi um fato político muito relevante”.

Com a entrega dos cargos, o PTB coloca à disposição, no âmbito estadual, a Secretaria de Trabalho e Emprego e a direção geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE). Já no Recife, o partido cedeu seu cargo na Secretaria de Saneamento.

G1