Deputados aprovam, em benefício próprio, a criação dos auxílios-saúde, moradia e habitação

Dois dias depois de promulgarem uma lei garantindo aumento dos próprios salários, os deputados estaduais de Pernambuco aprovaram, em reunião extraordinária na tarde desta terça-feira (17), projeto de autoria da Mesa Diretora que cria os auxílios-saúde, alimentação e moradia. Cada um dos 49 parlamentares vai receber R$ 12.377,37 pelos três auxílios, um custo mensal de R$ 606.491,51 para o Legislativo.

Em sessão online, presidida pelo deputado Eriberto Medeiros (PSB), os três projetos de resolução foram votados e aprovados pela maioria dos parlamentares. Segundo o presidente da Casa, para serem contemplados, os parlamentares precisam requisitar cada um dos benefícios à Mesa Diretora, que ficará encarregada de aprovar ou não e regulamentar o benefício, de acordo com alguns critérios.

O auxílio-saúde, de R$ 2.946,99, corresponde a 10% do salário de cada deputado estadual. A proposta recebeu sete votos contrários. Cinco deputados votaram contra os auxílios-moradia, que será de R$ 6.483,39, e alimentação, equivalente a R$ 2.946,99. O auxílio-moradia corresponde a 22% do salário e estará disponível para o deputado no exercício do mandato e que não tiver imóvel funcional.

DEPUTADOS QUE VOTARAM CONTRA OS AUXÍLIOS

Auxílio-saúde
Jô Cavalcanti – Juntas (PSOL)
Waldemar Borges (PSB)
João Paulo (PT) 
Dulci Amorim (PT)
Teresa Leitão (PT)
Clarissa Tercio (PP)
Aluísio Lessa (PSB)

Auxílio-moradia
Jô Cavalcanti – Juntas (PSOL)
Waldemar Borges (PSB)
João Paulo (PT) 
Clarissa Tercio (PP)
Aluísio Lessa (PSB)

Auxílio-alimentação
Jô Cavalcanti – Juntas (PSOL)
Waldemar Borges (PSB)
João Paulo (PT) 
Clarissa Tercio (PP)
Teresa Leitão (PT)

A deputada Jô Cavalcanti, representante do mandado coletivo Juntas (PSOL), alegou que o salário dos parlamentares é suficiente para custear plano de saúde, alimentação e moradia, especialmente se comparado com a realidada enfrentada pela maioria dos pernambucanos. “Muitos não têm sequer acesso à saúde, e os trabalhadores da enfermagem ainda não têm um piso salarial definido”, argumentou.

Ela também alegou que o Estado registra um alto déficit de habitação e faltam políticas públicas que garantam moradia decente.