Após ser acusado de omissão em um caso de abuso sexual, o Padre Airton Freire Lima está suspenso de realizar celebrações ou administrar qualquer Sacramento. A nota foi divulgada, nesta terça-feira (30), pela Diocese de Pesqueira. Padre Airton Freire Lima, tem 66 anos e é ligado à Fundação Terra, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, e sempre foi ligado à Teologia da Libertação.
A acusação ocorreu no dia 5 de maio, quando uma mulher deu uma entrevista a um programa jornalístico de Carpina, exibido em um canal do Youtube, em que denunciou ter sido abusada sexualmente pelo motorista do padre, conhecido localmente como Jailson, em agosto do ano passado. A suposta vítima afirmou ainda que o crime teria ocorrido com a presença do Padre Airton, que teria sido omisso ao não impedir o abuso.
A Polícia Civil de Pernambuco designou uma delegacia especial para conduzir o inquérito. O caso também é investigado dentro do Ministério Público de Pernambuco, em segredo de Justiça.
No mesmo dia da exibição da entrevista, uma nota foi publicada pela Diocese de Pesqueira, chamando o ocorrido de “notícias estarrecedoras publicadas nas redes sociais”. Na época, a Diocese afirmou que tomaria todas as providências, além das medidas eclesiásticas cabíveis.
Com a nota divulgada pela Diocese de Pesqueira, o padre fica suspenso preventivamente, proibido de atuar como padre. Não se sabe ainda se decisão afetará suas atribuições na Fundação Terra, entidade da qual é o fundador e recebe recursos da sociedade civil e empresas privadas para suas ações sociais no sertão do estado.
Confira a nota da Diocese
Vimos, através desta, comunicar que o Exmo. Revmo. Dom José Luiz Ferreira Salles, CSsR, Bispo Diocesano de Pesqueira, no exercício do seu ministério, como Pastor Próprio desta Igreja Particular, que lhe foi confiada pelo Romano Pontífice, considerando a disposição do cânon 1395, §2, do Código de Direito Canônico, DECRETOU, neste dia 30 de maio de 2023, a SUSPENSÃO DE ORDEM “AD CAUTELAM” do PADRE AIRTON FREIRE DE LIMA.
Em consequência, o referido sacerdote fica privado do “Uso de Ordem” e não tem jurisdição para presidir ou administrar qualquer Sacramento ou Sacramental.
Ser-lhe-á vedado, portanto, o exercício do ministério presbiteral e quaisquer cargos eclesiásticos.
O Padre Airton chegou a divulgar uma carta, escrita à mão, na qual negou a conivência com o crime. “Afirmo que isso não procede e é bastante distante da própria forma como vivo de servir a Deus e aos pobres mais pobres ao longo da minha vida”, completando a seguir: “Quanto a mim, estou tranquilo. Creiam em mim, confiem em Deus. Juntos estaremos até a vitória final”, escreveu.