Eduardo Campos: é hora de divergir

Por Edilson Xavier

Na iminência de deixar o governo do Estado, Eduardo Campos pretende dar um precioso passo político, deixando os pernambucanos e nordestinos na perspectiva de terem uma candidatura autóctone, em que, pelos desacertos governamentais postos em prática pelo governo petista, tornou-se necessário que alguém como Eduardo Campos mostre coragem e divirja desse governo, cuja presidente não sabe do que está falando, e acaba perdida no nevoeiro mental em que vive, pois até parece que mora num outro planeta, dado o monumental desinteresse pelo Nordeste.

É necessário, pois, ousar, ao se vislumbrar que há um vazio de liderança política que tenha coragem de enfrentar a máquina petista e se apresentar como nova opção na eleição presidencial. Os nossos indicativos sociais, por serem desprezíveis, e nos envergonham a cada dia, exigem, necessariamente que uma nova liderança surja sem os vícios de uma política superada, atrasada e sem o vezo colonialista de reverência à política assistencialista. Impõe-se ressaltar que o Brasil continua sendo um dos dez países com maior número de analfabetos do mundo. Sem falar obviamente no escândalo em que vive mergulhada a saúde pública.

Em 2012, tínhamos 13,1 milhões de jovens e adultos analfabetos, 8,7% da população nessa faixa etária. E se não houver mudança dessa lamentável prática governamental, não há perspectiva de melhorarmos nesse ranking negativo. Por outro lado, já se conhece a administração do PSDB, que contribuiu sistematicamente com os avanços das ações governamentais, postas abaixo pelo aparelhamento partidário que tomou conta do governo.

Não se pode em bom senso dizer que as ações governamentais em Pernambuco, foi uma dádiva pessoal do lulismo, porque os recursos arrecadados dos nossos impostos são de todos os segmentos governamentais e pertencem também aos Estados e Município, cabendo à União transferi-los aos entes públicos. Ao falar em ações federais no Estado e no Nordeste, o primeiro descompasso com a região se dá exatamente com o descaso das obras da transposição das águas do Rio São Francisco, abandonadas, causando danos de difícil reparação aos nordestinos e o governo petista e suas lideranças locais não movem uma palha sequer para a sua conclusão. Vivem em silencio tumular. Mas recursos para eventos festivos não faltam.

É nesse monumental equívoco, o petismo tenta inventar até mesmo um candidato do empresariado para apoiar ao governo do Estado, por absoluta falta de opção partidária, chegando a não reconhecer o mérito administrativo do governo Eduardo em todos os recantos do Estado, a despeito da falta de apoio da presidente Dilma ao Estado.

Assim, é preciso se rebelar contra uma prática governamental em que pontifica uma política medieval, em que o governo petista se transformou em lamaçal de atos condenáveis, culminando com a cúpula do partido na cadeia, demonstrando à exaustão que perdeu completamente a compostura.

Sendo assim, chegou a hora de Eduardo Campos se lançar nessa luta política visando resgatar a dignidade da prática política ao enfrentar esses casacudos da política atrasada e assistencialista e com sua postura de homem público realizador, jovem e corajoso, poderá surpreender, principalmente ao enfrentar a presidente Dilma com seu governo bisonho e leniente com a corrupção que corre solta e o senador Aécio Neves, com atuação apagada no Senado, não são páreos para Eduardo Campos. É ora de divergir e Pernambuco e o Nordeste se orgulharão desse gesto.

* Edilson Xavier é ex-presidente da Câmara Municipal e da OAB de Arcoverde.

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