O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta segunda-feira (21) que, se for eleito, pretende antecipar o cumprimento da meta do Plano Nacional de Educação (PNE) que trata sobre ensino integral nas escolas brasileiras. Em discurso no evento de inauguração de seu comitê central de campanha, em São Paulo, o presidenciável disse que garantirá a universalização do ensino integral nas escolas públicas do país em quatro anos.
Uma das metas do PNE prevê que o Estado implante a educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas nos próximos 10 anos, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica. O plano nacional foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em junho deste ano.
“Temos que ter a coragem, a determinação, de antecipar a agenda do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação para fazer a escola integral em quatro anos. Eu fiz no estado pobre do Nordeste brasileiro e vou fazer no Brasil a escola integral ser um direito dos estudantes brasileiros”, disse o candidato do PSB, referindo-se ao período em que governou o estado de Pernambuco.
Ao final do evento, Campos foi questionado por jornalistas sobre se ele pretende assegurar a universalização do ensino integral nas escolas públicas, caso venha a ser eleito em outubro. Ele, então, confirmou que sua proposta é de garantir a educação em tempo integral para todos os alunos do país.
Terceiro colocado nas pesquisas eleitorais, o ex-governador de Pernambuco reuniu no evento de inauguração de seu comitê central de campanha alguns dos principais nomes de seu partido e também aliados de outras legendas, como o presidente do PPS, deputado Roberto Freire.
A candidata a vice na chapa de Eduardo Campos, Marina Silva, também estava presente. Ao final do evento, ela disse que a campanha deve aprofundar “a aliança com a sociedade brasileira”. Para Marina, a descrença da população com a política exige que políticos trabalhem junto com a sociedade. Ela citou ações nas redes sociais como forma de mobilizar eleitores.
Investimentos em saúde
Em meio ao discurso, Eduardo Campos disse que falta ao governo atual “decisão política e capacidade de dialogar” para garantir o repasse de 10% da receita corrente bruta da União para o setor de saúde. A proposta é defendida pelo Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública, também conhecido como “Saúde + 10”, que tenta coletar assinaturas suficiente para protocolar um projeto de lei de iniciativa popular.
“Falta decisão política, capacidade de dialogar. De mostrar onde estão os recursos. É preciso dizer que os R$ 38,7 bilhões a mais que representam o ‘Saúde + 10’ no orçamento da saúde pública, os estados e municípios foram buscar. Digo isso porque governei sete anos e três meses um estado que tinha 9% da sua receita em saúde […] O estado teve em um ano até 17% da receita em investimento na saúde. E, na média, 15%”, declarou o candidato do PSB.
Campos criticou o fato de, segundo ele, o governo federal dar subsídios, por exemplo, para o setor elétrico e não investir o suficiente em saúde e educação. Para ele, quando foi necessário dinheiro para o sistema financeiro ou o setor elétrico “apareceram bilhões”.
“Vamos priorizar a educação e vamos priorizar o saúde + 10, sim. Quando se falam em coisas que tocam o dia a dia do povo, não tem dinheiro. Lá no passado, precisou sanear o sistema financeiros, apareceram bilhões. […] Agora, falou em botar R$ 39 bilhões na saúde pública e R$ 12 bilhões para passe livre, aí não pode”, enfatizou.
Inflação
Campos disse ainda que pretende controlar a inflação por meio de “sintonia entre política monetária e política fiscal”. Ele disse que, se eleito, terá compromisso com a independência do Banco Central e com o centro da meta da inflação em 4,5%.
“O primeiro anúncio que nós fizemos foi exatamente o compromisso com a meta da inflação de 4,5% e nós colocamos que para isso iríamos fazer a sintonia entre a política monetária e a política fiscal. Seria a independência do Banco Central de um lado e o acompanhamento da questão fiscal brasileira para que tivesse transparência e clareza com os gastos. Essa política vai nos levar em quatro anos a um pais com inflação controlada e uma taxa de juros real que não pode ser a maior do mundo”, concluiu.
G1