Estado com o maior número de matrículas no ensino técnico no Norte, Nordeste e Centro-Oeste em 2012, Pernambuco tem ofertado cada vez mais opções para quem quer começar a vida profissional ou mudar de área através de um curso rápido e totalmente focado no mercado de trabalho. Serão mais de 120 mil pessoas estudando nessa área em 2014 somente nas principais instituições consultadas pela reportagem.
Segundo números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação, em 2012 havia 35,2 mil alunos matriculados na educação profissional em Pernambuco, considerando apenas os cursos que não incluíam o estudo do ensino médio. O número de 2013 ainda não está disponível. No entanto, o volume do ano passado era o maior das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Considerando todas as modalidades de ensino técnico, um breve levantamento do JC com algumas das principais instituições de ensino técnico público e privado mostra que há previsão de que mais de 120 mil pessoas estejam estudando nesse segmento em 2014, entre os alunos que já estão cursando e os novos. E esse número não inclui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), instituído pelo governo federal e que, só este ano, distribuiu mais de 93 mil vagas gratuitas entre instituições pernambucanas – as aulas começaram no mês passado e o MEC ainda não tem a previsão de 2014.
O interesse nacional pelo ensino técnico vem da demanda das empresas, que precisam e têm pago bem por esse tipo de profissional. Um cenário que se acentua em Pernambuco devido aos investimentos de novas companhias como as que têm se instalado no Complexo Industrial Portuário de Suape e a Fiat, que está em construção em Goiana.
Além dessas, outras áreas impulsionadas indiretamente também ganham destaque, como a de saúde. Em busca de uma profissão que lhe desse melhores rendimentos, Elisângela de Souza, 30 anos, saiu do comércio para se dedicar às aulas do curso técnico de Radiologia. “Precisava de algo que pagasse melhor e tivesse uma carga horária um pouco menor”, explica Elisângela, que é mãe. Com o apoio do marido, ela divide seu tempo com o filho, os cuidados da casa e os estudos.
“Hoje, as famílias estimulam seus filhos a cursarem o ensino médio integrado à formação técnica, assim como os que possuem essa formação e fazem um curso técnico subsequente”, comenta a reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado (IFPE), Cláudia Sansil. “Encontramos, também, casos de graduados cursando os técnicos”. O diretor regional do Senai, Sérgio Gaudêncio, também ressalta que a resistência ao ensino profissional – frente à valorização dos cursos superiores – tem diminuído não apenas pela necessidade crescente das empresas, mas também pela remuneração ofertada. “O curso técnico se torna uma opção viável e importante para a vida profissional antes ou durante a faculdade”, comenta Gaudêncio.
De acordo com levantamento do Senai Nacional, trabalhadores de nível técnico conseguem aumentar sua renda em 24% um ano depois de concluir o curso. A pesquisa aponta também que 72% dos ex-alunos conseguem um posto de trabalho no primeiro ano depois da formatura.
Informações: Jornal do Commercio