A instalação da Escola de Formação de Sargentos das Armas (ESA) em Pernambuco foi assegurada por representantes militares e o próprio ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, em reunião realizada com a bancada pernambucana no Congresso Nacional. Apesar da garantia do Exército, ainda são esperados acenos do governo de Pernambuco, que ao total, na gestão anterior, deixou pactuado contrapartidas que somam R$ 110 milhões.
Sem a presença de representantes do governo do Estado, a reunião foi acertada após informações conflituosas circularem na internet sobre a ida da ESA para o estado do Rio Grande do Sul, mesmo após a primeira sinalização do Exército sobre o investimento em Pernambuco.
“Não há mais risco desta possibilidade (saída de Pernambuco). Todos os comandantes presentes na reunião e o próprio Ministro José Múcio, ‘bateram o martelo’ confirmando que a academia será construída em Pernambuco. Vale lembrar que o terreno já foi doado pelo Governo do Estado e também seria injusto não reconhecer o legado pernambucano, que deu origem ao Exército Brasileiro. A escolha foi técnica e justa”, afirmou o deputado Coronel Meira (PL).
Ao todo, o projeto para instalação da escola demanda um aporte de R$ 1,8 bilhão, e estima-se um impacto econômico grande em Pernambuco, vide o efetivo envolvido de 6, 2 mil pessoas entre alunos, professores e demais funcionários. Isso representa R$ 211 milhões em salários pagos, que irão girar na economia do Estado.
“A gente acertou que era importante fazer uma reunião de bancada sobre o assunto , para ratificar tudo. a luta que travamos no governo passado foi muito grande, com a bancada não só de Pernambuco, mas também do Nordeste. A gente precisava retomar isso, porque na decisão do exército pesou muito um protocolo assinado com o governo do Estado, que se responsabilizava por algumas entregas para consolidar o empreendimento “, explica o coordenador da bancada pernambucana, o deputado Augusto Coutinho (Republicanos).
Apesar da agenda com o ministro da Defesa ter sido remarcada para a terça-feira (14) a pedido do governo de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSDB) nem qualquer outro representante do Estado esteve presente. A ausência gerou estranhamento e suscitou até mesmo dúvidas quanto a um cronograma para as entregas firmadas pelo Estado ainda na gestão Paulo Câmara (sem partido). A previsão inicial de entrega da escola é para 2032.
Investimentos e contrapartidas
A bancada do Estado já destinou um total de R$ 16 milhões em emendas parlamentares para dar suporte aos investimentos em projetos para viabilidade da escola, segundo Coutinho.
“A bancada de Pernambuco se reuniu com o Ministro da Defesa para reforçar o apoio à instalação da nova Escola de Sargentos, um projeto muito importante para o nosso Estado. A nossa bancada segue unida para convergir esforços e trazer investimentos”, disse o deputado federal Pedro Campos (PSB).
O investimento de R$ 110 milhões, em contrapartida do governo do Estado, diz respeito a uma série de ajustes estruturais, de rodovias como a BR-232 a doação de terreno e melhoria da infraestrutura de rede na área compreendida entre os municípios de Abreu e Lima, Araçoiaba, Camaragibe, Igarassu, Paudalho e São Lourenço da Mata.
“A gente não tem dúvida de que a governadora vai se integrar a esse projeto e à contrapartida que foi acordada. O que a gente quer fazer agora é uma reunião, que estou fechando a data com o ministro e o comando do exército em Pernambuco, em abril, na Alepe, com todos os entes públicos do Estado e fazer uma reunião também com os setores produtivos”, adianta Augusto Coutinho.