O delegado federal aposentado Wilson Damázio, ex-secretário de Defesa Social de Pernambuco, assumiu um cargo no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Damázio foi empossado na semana passada para atuar no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP).
Em junho de 2013, após três anos, Damázio foi exonerado do cargo de secretário da SDS após associar, numa entrevista ao Jornal do Commercio, a homossexualidade a um “desvio de conduta” E, questionado sobre um caso de abuso sexual praticado por policiais, disse que “o policial exerce um fascínio no dito sexo frágil. Eu não sei por que é que mulher gosta tanto de farda”.
“Quer dizer: desvio de conduta a gente tem em todo lugar. Tem na casa da gente, tem um irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu? Lógico que a homossexualidade não quer dizer bandidagem, mas foge ao padrão de comportamento da família brasileira tradicional”, disse na época.
Na terça-feira, o site da revista Época lembrou a polêmica travada por Damázio no Recife. As declarações dele foram dadas em uma entrevista para uma série de reportagens que mostrou o cotidiano de jovens exploradas sexualmente desde a infância, nos 80 anos de Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre. Posteriormente, ele pediu desculpas pelas declarações.
Não é a primeira passagem dele em um setor ligado ao Ministério da Justiça. Ele já foi diretor do Sistema Penitenciário Federal na gestão do ministro Tarso Genro durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva em 2008.
Em entrevista ao Ronda JC, na manhã desta quarta-feira (03), Wilson Damázio falou sobre a nomeação para o novo cargo. Ele disse que o cargo é voluntário, sem remuneração, e que os encontros serão mensais.
“Vou trabalhar para transformar o sistema penitenciário federal que ajudei a implantar e se transformou num case de sucesso, numa espécie de paradigma para os Sistemas Estaduais. Também vou buscar o aprimoramento do Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que seja mais eficaz no combate à corrupção e ao crime organizado nacional e transnacional”, afirmou. Damázio ainda disse que vai “trazer para o debate o papel da segurança privada e de transporte de valores, como forma de contribuir com maior intensidade com a segurança pública do Brasil”.
(Com informações da Agência Estado)