Está em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco o projeto de lei que institui a festa do Morro da Conceição como patrimônio cultural imaterial de Pernambuco. O projeto é do deputado Isaltino Nascimento, que pretende com isso enaltecer e salvaguardar uma das maiores e mais bonitas festas religiosas do Estado.
O projeto que visa titular a Festa do Morro da Conceição como Patrimônio Imaterial de Pernambuco foi encaminhado pela CCLJ para a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco em março de 2018. Na época, a Fundarpe emitiu nota técnica fundamentando a importância da Festa do Morro para os pernambucanos concluindo que o evento “é um bem cultural que atende aos requisitos para ser considerado Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, pois é uma celebração portadora de valores, herança cultural e religiosa, e práticas que consubstanciam toda uma dinâmica ligada ao Patrimônio Cultural pernambucano nas suas dimensões material e imaterial”.
Agora serão feitas as discussões do PL nas comissões da casa e seguirá para votação no Plenário. “Estamos ansiosos porque a festa do Morro é um momento muito rico de celebração e tradição para nós, que leva milhares de fiéis ao santuário. Mais especial ainda porque sou da região, nasci e fui criado no Alto José do Pinho, aos pés de Nossa Senhora da Conceição”, explica Isaltino.
FESTA DO MORRO
Já são 115 anos da Festa do Morro, que teve início em 08 de dezembro de 1904, quando foi inaugurado o monumento à Nossa Senhora da Conceição por cerca de 20 mil pessoas, uma multidão sem precedentes, considerando os 120 mil habitantes do Recife da época. Assim começava uma tradição secular de romarias e pagamento de promessas. Desde então, a data se tornou feriado municipal. A imagem de 5,5 metros de altura com 1806 kg foi trazida da França por navio e representa Maria Santíssima, toda vestida de branco, envolvida em um manto azul.
A Festa do Morro da Conceição, nasceu, por assim dizer, da conjugação das muitas individualidades, das mais íntimas relações com o sagrado e o profano, num cenário onde não se pode ignorar o sincretismo de culturas, de povos, de tradições religiosas, católicas ou não. É uma festa em que se avista um mar de devotos e de espontaneidades que se somam a gente agradecida, esperançosa, resignada e devota à santidade, à imagem, à santa, ao que ela representa.
O Recife recebe milhares de devotos e o morro todo se veste de azul e branco para homenagear Nossa Senhora da Conceição. Missas, procissão e shows são realizados e há toda uma mobilização para dar a estrutura para a realização do evento, incluindo fiscalização, transporte, trânsito e segurança.
“É um sentimento muito peculiar para o povo pernambucano, e nordestino, sendo um marco para toda essa região, um referencial cultural, histórico, religioso, arquitetônico, artístico e paisagístico do estado”, finaliza Isaltino.