Na quinta-feira (11), o público vai conhecer os resultados do projeto Várias Mãos, uma Cultura: Retratos da Arte Popular Pernambucana. Com a abertura de uma exposição no Shopping Recife, o público poderá acessar, gratuitamente, o conteúdo de cinco livros sobre os artistas abordados nesta primeira fase do projeto, em formato de fascículos digitais.
Nesta primeira edição, a coleção apresenta as histórias de vida e de trabalho de cinco mestres e mestras: Nicola, J. Borges, Cida Lima, Marcos de Sertânia e Maria da Cruz. Originários de diferentes cidades, seus trabalhos ecoam em cada região de Pernambuco.
“O formato de livros digitais, neste momento, foi pensado para aumentar a possibilidade de acesso aos resultados de nosso projeto. Cada página destes livros é um convite para explorar as memórias, os sentimentos e as inspirações que contemplam não apenas as obras desses artesãos, mas também suas vidas”, diz a curadora e pesquisadora Marly Queiroz, idealizadora e produtora do projeto.
“Alguns exemplares, em formato de caixa com os cinco volumes, serão produzidos em formato físico e entregues gratuitamente aos artistas e pessoas ligadas diretamente à cadeia de produção da arte popular pernambucana. São livros que trazem desde as lembranças da infância até os desafios e conquistas enfrentados ao longo do caminho. Cada história é um testemunho da força transformadora da arte e da cultura. Com a exposição, o público poderá ver de perto o universo artístico retratado nos livros, ter contato direto com esse universo precioso que trazemos nos livros”.
Incentivado pelo Funcultura e idealizado por Marly Queiroz, os livros têm pesquisa e textos de Bruno Albertim, autor de, entre outros, Pernambuco Modernista (Cepe Editora, 2022) e fotografia de Isabela Cunha. A produção executiva é de Camila Bandeira e Júlia Almeida, da Proa Cultural. O design gráfico é da Zoludesign.
O autor Bruno Albertim ressalta a dimensão identitária da produção desses artistas. “Importante perceber que cada um desses artistas apresentados não é apenas exemplar nas linguagens em que atuam, seja o barro ou a madeira, ocupando, verdadeiramente, o lugar de mestres, ou seja, capazes de transmitir seus legados e influenciar novas gerações de artistas. Mas são, também, com seus trabalhos artísticos, criadores de um todo simbólico muito poderoso e capaz de alimentar as noções de identidade em Pernambuco”, observa.
Para capturar todo material de pesquisa, a equipe embarcou em uma viagem de carro desde Recife até Petrolina por vários dias. Marly Queiroz, ao lado de Camila Bandeira, Bruno Albertim e Isabela Cunha. Juntos, entrevistaram artesãos e familiares, mergulharam nos espaços de trabalho e nas cidades que criaram esses talentos, buscando cada detalhe para construir a pesquisa.