Mais de um mês depois do deslizamento de terra que matou sete pessoas no bairro de Dois Unidos, na Zona Norte do Recife, um laudo preliminar divulgado, nesta sexta-feira (31) pelo governo do estado, apontou ligações clandestinas na tubulação que se rompeu no local. Além disso, de acordo com a administração pública, havia “bastante água” no solo onde ocorreu o acidente.
O caso ocorreu na véspera de Natal, dia 24 de dezembro de 2019. Ainda de acordo com o governo, as empresas contratadas para realizar estudos no local afirmaram que, apesar das irregularidades, ainda é preciso aprofundar as análises e realizar 18 ensaios geotécnicos e geológicos, em conformidade com os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O deslizamento de terra surpreendeu as autoridades por ter ocorrido em época de pouca chuva. Moradores informaram que uma tubulação de abastecimento de água se rompeu e causou o acidente.
O governo disse, ainda, que “independentemente do resultado final do laudo”, está em contato com as famílias das vítimas do acidente e “já definiu assistência psicológica, ajuda financeira mensal e a viabilização de novas moradias”, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Sobre o acidente, o governo também disse que a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) “iniciou um investimento de R$ 38 milhões na manutenção e melhoria da rede de abastecimento das áreas de risco dos morros do Recife”.
Em 2020, disse o Executivo, “esse trabalho será ampliado e contará com mais recursos para toda a Região Metropolitana”.
Um mês após deslizamento de barreira no Recife, familiares de vítimas pedem respostas
O caso
Cinco adultos, uma criança e um bebê morreram no deslizamento, que atingiu duas casas na Rua Bela Vista, no Córrego do Morcego, no bairro de Dois Unidos. Outras três pessoas ficaram feridas no desastre. Todas as vítimas são da mesma família e estavam reunidas para celebrar o natal, mas foram impedidas pela tragédia.
Segundo moradores, a barreira deslizou e atingiu o mesmo local dez anos antes, mas não deixou feridos. Mãe de uma das vítimas do deslizamento, a dona de casa Alexsandra França afirmou que eles viviam com medo de que a barreira deslizasse outra vez.
Informações: G1 PE