O adiamento da reunião do diretório municipal do PT no Recife, que seria ontem, para o dia 28 de junho, foi interpretado no meio político como uma estratégia da ala governista para não dar ares de confirmação da postulação de Marília Arraes. A avaliação era de que posicionando contrário à postulação, o diretório municipal obrigaria o diretório nacional a referendar o nome de Marília Arraes, o que daria a deputada a confirmação de sua candidatura antes do tempo.
O sentimento da classe política é o de que Marília desta vez terá condições de apresentar seu nome numa disputa majoritária, mas isso se dá pela eleição municipal ter um caráter isolado, diferente da eleição estadual que depende diretamente da questão nacional, e pelo fato de o PSB não temer a postulação de Marília, não querendo forçar a barra para retirá-la.
Marília tem um desafio muito maior do que garantir a indicação, que deve ser oficializada em breve, o desafio é atrair partidos que lhe garantam uma ampla frente política, hoje seu horizonte de aliança é apenas o PSOL, os demais são alinhados com o PSB ou caminham para a direita.
Sem uma ampla frente política em torno de sua candidatura, Marília Arraes terá um pequeno exército de proporcionais para levar seu projeto aos quatro cantos do Recife, o que dificulta ainda mais o potencial de competitividade de sua postulação. Mas para quem estava no risco de novamente ter uma candidatura majoritária negada, o que vier a partir de agora é lucro dos grandes.
Informações: Blog de Edmar Lyra