A vice-presidente nacional do Solidariedade, Marília Arraes, desembarca no próximo sábado, na cidade de Serra Talhada, para selar o apoio à Márcia Conrado (PT), candidata à reeleição nas próximas eleições, negando, de uma vez por todas, as pretensões do deputado estadual Luciano Duque, de usar a legenda do partido para ser o candidato de oposição a prefeita.
Marília Arraes, segundo pesquisas para consumo interno, é a segunda liderança fora do município com maior influência junto ao eleitorado local. Só perdendo para o presidente Lula. Por isso, sua decisão de se aliar a Márcia Conrado, com o aval da direção nacional do Solidariedade, será o principal movimento do palanque da prefeita neste período de pré-campanha.
A presença de Marília, em função do ambiente envolvendo o próprio Duque, ex-aliado, é o assunto que domina as conversas políticas e partidárias no município, e a expectativa é um cenário de grande festa para recepcioná-la, assim como aconteceu em Jaboatão dos Guararapes, em apoio a Elias Gomes, também do PT.
Após as eleições, com a derrota de Marília para a atual governadora, Raquel Lyra, Luciano Duque evou a bancada do partido (a exceção de Lula Cabral) para a base da governadora, à revelia das direções estadual e nacional. Vice-presidente nacional da legenda, Marília Arraes aguentou resiliente à traição e, ao contrário do que muitos esperavam, não pediu a expulsão dos parlamentares. Agiu é se comportou sem ansiedades, observando a massaranduba do tempo, como dizia e recomendava nestas situações, o ex-governador Joaquim Francisco.
Na política, a pressa não é uma boa companheira. E não se deve ignorar e nem subestimar a capacidade de reação dos outros. O resultado desse processo é exemplo ilustrativo. Sábado próximo, Luciano Duque colherá uma lição muito comum na linguagem e ambiente popular: “vingança é um prato igual a papa. Se come frio e pelas beiradas”.