Morosidade do Planalto prejudica distribuição de milho subsidiado

Os criadores de animais atingidos pela seca não conseguem comprar o milho subsidiado pela União. O cereal é revendido em armazéns administrados pelo Governo de Pernambuco e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O problema ocorre porque o preço de venda do grão foi estabelecido na Portaria Nº 497, que caducou na última segunda-feira (30).

“Isso faz a gente perceber a sensibilidade do Governo Federal com os produtores que sofrem com a estiagem. A suspensão dessa venda vai atingir principalmente os pequenos”, diz o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite), Saulo Guimarães Malta Júnior.

São cerca de 30 mil produtores prejudicados com o fim do prazo estabelecido na portaria. O subsídio permite que o saco de 60 quilos do produto seja comprado entre R$ 18,34 e R$ 21, dependendo da quantidade de animais do criador. No mercado, a mesma quantidade do cereal é vendida por R$ 36. “O produtor de leite conseguiu segurar a alta da soja com o milho subsidiado. Agora isso acabou”, conta Saulo.

Usada na ração dada aos animais, a soja saiu de R$ 58 para R$ 76 o saco com 50 quilos do produto.

Somente o Estado implantou sete armazéns para revender o milho subsidiado em cidades do Agreste e Sertão. O secretário estadual de Agricultura, Aldo Santos, afirma que o Estado não pode realizar a venda porque o preço foi definido pela portaria que caducou. Ele argumenta, também, que há dez dias, os secretários estaduais de Agricultura participaram de uma reunião no Ministério da Agricultura, em Brasília e discutiram o problema que o fim desse prazo provocaria na região.

Antes da caducidade da portaria, o armazém de Garanhuns, cidade que concentra a produção leiteira, revendia de 250 toneladas a 300 toneladas por semana. Nos demais, essa venda variava entre 150 toneladas e 200 toneladas semanais.

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