MPPE pede à Justiça que delegado não seja substituído em Arcoverde

Delegado Israel Rubis foi removido compulsoriamente de Arcoverde. Foto: Arquivo Pessoal

A polêmica envolvendo o delegado Israel Lima Braga Rubis, que foi removido compulsoriamente da Delegacia de Arcoverde, no Sertão, para o município de Vitória de Santo Antão, foi parar nas mãos da Justiça. Nesta quarta-feira (02), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ingressou com pedido de tutela antecipada contra o Estado, pleiteando uma decisão liminar para suspender a remoção da autoridade policial.

O pedido do MPPE atende ao clamor dos moradores de Arcoverde, que há pelo menos uma semana protestam contra a mudança de delegado. Eles denunciam que a decisão da Secretaria de Defesa Social (SDS) tem caráter político, porque Israel Rubis teria prendido o filho de uma vereadora ligada ao PSB, durante uma operação em dezembro do ano passado, e também porque ele estava investigando um esquema de desvio de verbas públicas envolvendo sete vereadores da cidade. Esse inquérito, ainda em andamento, foi revelado nessa terça-feira (01) pelo Ronda JC.

“A própria população tem manifestado o interesse na permanência da referida autoridade policial porque sente, de fato, a melhora na segurança pública em Arcoverde e região”, afirmou o promotor de Justiça, Bruno Miquelão.

Além do pedido de tutela antecipada, o promotor instaurou uma investigação para apurar os motivos que levaram à troca de delegados. Ele determinou envio de ofício à SDS requisitando informações num prazo de até dez dias. Entre as perguntas, o promotor quer saber qual o interesse público na remoção do delegado, e se a mudança de município foi voluntária ou não.

Em entrevista ao Ronda JC, na segunda-feira, Israel Rubis afirmou que foi surpreendido pela transferência. “Não me foi dada a oportunidade de escolha. Fui apenas comunicado pela Chefia da Polícia Civil. A população entendeu como uma remoção política, em virtude de estarem sendo realizadas investigações contra vereadores, e resolveu se mobilizar contra tal ato”, disse.

RESPOSTA

Em nota enviada na segunda-feira, a Polícia Civil afirmou que “transferências de profissionais são corriqueiras e naturais dentro não apenas na Polícia Civil, mas em qualquer órgão público. Os servidores públicos devem ir ao encontro da necessidade da população e também atuar de forma integrada dentro plano estratégico de segurança que traga resultados na redução da criminalidade. Insinuar que a transferência técnica tem motivação política é desconhecer completamente as razões reais ou tentar manipular os fatos para tirar alguma vantagem com esse processo de desinformação da população. Como todas as falsas narrativas, não se sustentarão”, informou.

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