A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi uma das dez contempladas – dentre as 69 universidades federais do Brasil – com a criação de um novo campus no interior do estado, o Campus do Sertão. Além dos dez novos campi das universidades federais, o Governo Federal também aprovou a criação de cem novos campi dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, espalhados pelo país, cada um deles com seis cursos de início.
Sertânia foi o município escolhido para receber o novo campus pela sua localização estratégica, na Mesorregião do Sertão pernambucano e estar a 316 quilômetros do Recife. O investimento do Governo Federal será de R$ 60 milhões, dentre estes, R$ 50 milhões serão destinados para a infraestrutura dos prédios a serem construídos e R$ 10 milhões para a compra de equipamentos.
O reitor Alfredo Gomes e o vice-reitor Moacyr Araújo se reuniram na terça-feira (9) com a Comissão de Estruturação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) do Campus do Sertão, em Sertânia, para apresentar as diretrizes para a criação desses seis cursos. A estimativa é que os cursos tenham os seus PPCs elaborados pela comissão até fevereiro do ano que vem. Após análise pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da UFPE, devem ser aprovados pela Câmara de Graduação e Ensino Básico (CGEB). Em seguida, seguem para aprovação do curso no Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe) até meados de março de 2025, quando todos os cursos devem ser devidamente cadastrados no e-MEC, órgão responsável pela tramitação dos processos de ato regulatório das instituições de educação superior do Brasil. Após estas ações, serão abertos concursos para docentes e técnicos administrativos em educação para atuar no novo campus.
O Campus do Sertão vai receber, inicialmente, os cursos de Medicina; Medicina Veterinária; Engenharia de Energias Renováveis; Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente; Administração Pública e licenciatura em História.
Serão ofertadas 2.800 vagas nos cursos novos, que serão ocupadas ao longo de cinco anos. Deverão ser contratados 284 docentes e 86 técnicos administrativos em educação. Os novos servidores serão chamados aos poucos, à medida que os concursos forem sendo realizados ao longo dos anos de 2025, 2026 e 2027.
“Levamos em consideração o pleito que a região fazia para definirmos os cursos que seriam implantados. A Prograd [Pró-Reitoria de Graduação] fez um levantamento dos cursos de graduação públicos ofertados na região; além disso, em toda reunião havia o pleito para o curso de Medicina, então não poderíamos deixá-lo de fora”, explicou o reitor Alfredo Gomes.
O destaque fica por conta de cursos que não existem nos três campi da UFPE, que são os de Engenharia de Energias Renováveis e Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente. “Esses novos cursos estão olhando para o futuro, pensando em questões climáticas, ambientais, assuntos esses que a região, também, demanda para o seu próprio desenvolvimento”, afirmou o vice-reitor Moacyr Araújo.
INÍCIO DAS AULAS – Há a previsão de que dois cursos tenham aulas inaugurais ainda no segundo semestre do ano que vem (semestre letivo 2025.1), em um prédio cedido pela Prefeitura de Sertânia, enquanto o prédio definitivo do campus estiver em construção. “Se até o semestre letivo 2025.1 conseguirmos implantar os dois cursos e fizermos concurso para os primeiros docentes e técnicos, quando os prédios definitivos ficarem prontos, já teremos uma comunidade acadêmica instalada”, explicou o reitor. A estimativa é que um prédio seja finalizado no primeiro semestre de 2026 e o outro no segundo semestre do mesmo ano.
Os cursos que serão implantados em março de 2025, com aulas previstas para 2025.2 (semestre letivo 2025.1), ainda, não foram definidos pela UFPE, mas é provável que sejam dois dentre os que não necessitam de laboratórios ou atividades de aula prática no primeiro semestre, ou seja, Engenharia de Energias Renováveis; Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente; Administração Pública ou licenciatura em História.
A pró-reitora de Graduação, Magna Silva, destacou que a Comissão de Estruturação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) do Campus do Sertão recebeu um prazo curto para organizar a proposta do PPC dos novos cursos. Em março de 2025, haverá uma janela de oportunidade para cadastramento e criação de cursos novos fora da sede, aberta pelo sistema e-MEC.
“O e-MEC só abre uma vez por semestre, a oportunidade de a instituição solicitar a criação de novos cursos superiores, e, no semestre que vem, esse período será em março de 2025. Por isso, estamos orientando a Comissão quanto ao prazo e dando o suporte necessário para o encaminhamento do texto dos seis novos Projetos Pedagógicos de Cursos. A ideia é observar boas propostas de PPC e fazer as devidas adequações e ampliações observando a realidade de Sertânia. Além disso, estes PPCs devem atender às Diretrizes Curriculares Nacionais para cada área/curso, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), às questões presentes no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no Projeto Pedagógico Institucional (PPI) da UFPE”, explanou a pró-reitora.
Segundo o reitor Alfredo Gomes, os Projetos Pedagógicos de Cursos serão os mais inovadores possíveis. “O nosso limite para a inovação nos cursos é a legislação, mas queremos que eles se materializem da forma mais expressiva possível. Esse Campus do Sertão, de Sertânia, nos traz uma imensa satisfação e alegria, pois sabemos que vamos levar muito conhecimento acadêmico e técnico para a região e, também, enriquecimento social e mais empregos. Isto fará com que muitos alunos permaneçam lá depois de formados, ajudando Pernambuco e a região do Sertão a se desenvolver”, destacou ele.