A campanha eleitoral (a oficial) tem início no próximo domingo (6), e os candidatos acertam os últimos preparativos para começar com o pé direito. Boa parte já está com seus matérias de campanha, incluindo jingles, para ocupar as ruas das cidades do Estado e do País. Contudo, para alguns, a grande diferença só deverá ser percebida mesmo um mês e 15 dias depois, com a abertura do programa eleitoral de rádio e TV. Será o momento em que todos os postulantes terão a possibilidade de ingressar na casa das pessoas. E nesse caso veremos diferenças gritantes impostas pela força que a distinção de tempo e, claro, o dinheiro podem promover.
O ex-governador Eduardo Campos (PSB), por exemplo, terá que se redobrar para aproveitar ao máximo o pouco mais de dois minutos e 50 segundos que terá no guia eleitoral. É um tempo muito curto para uma candidatura que vem aparecendo como a terceira mais bem colocada na disputa pelo Palácio da Alvorada. Sem contar o fato de que ele terá que dividir esse tempo com sua principal fiadora, a ex-senadora Marina Silva.
O socialista vai ter, muitas vezes, que optar em aproveitar o seu curto tempo para apontar falhas, como vem fazendo, na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) ou para apresentar uma agenda ao País, com sugestões de projetos e ações para recolocar a economia nos trilhos e promover transformações em áreas estratégicas.
As redes sociais acabam sendo uma saída para que Eduardo possa prolongar o seu programa partidário. Porém, essa extensão precisará vir na mesma sintonia do discurso da TV para não gerar um choque com o que foi apresentado antes. Aliás, a exposição na telinha terá que fazer um convite para que o eleitor siga acompanhando o socialista.
Há quem faça a avaliação de que, se Campos optar por bater demais na candidatura à reeleição de Dilma, ele poderá receber a pecha de linha auxiliar do concorrente Aécio Neves (PSDB), que terá muito mais tempo para se mostrar (cerca de cinco minutos) como alternativa à petista. Eduardo vai precisar apresentar uma diferença real em relação aos seus adversários para ser maior que o seu próprio tempo de TV. Algo que é muito complicado de se fazer.