A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta segunda-feira (25), que suspendeu “temporariamente” os ensaios clínicos com hidroxicloroquina que realiza com parceiros em vários países, como precaução.
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Esta decisão segue a publicação de um estudo na sexta-feira na revista médica The Lancet que considerou ineficaz ou até prejudicial o uso de cloroquina e seus derivados como a hidroxicloroquina contra a Covid-19, informou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma conferência virtual.
O trabalho, feito por autores de universidades como Harvard (EUA) e Heart Center (Suíça), também não mostrou eficácia no uso das drogas após o diagnóstico de Covid-19.
Segundo a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, o fato de que o estudo foi feito com um número expressivo de pacientes e questionamentos feitos por agências de saúde de vários países levaram o grupo executivo do Solidarity a suspender o ramo que pesquisa a hidroxicloroquina, por precaução.
Por causa da forma como o Solidarity é desenhado, os pesquisadores não acompanham os resultados durante sua execução, para evitar interferências que possam enviesar os resultados. Por isso, a análise dos dados será feita por um comitê de segurança independente.
Soumya diz que os cientistas do comitê vão avaliar a segurança no uso da hidroxicloroquina tanto a partir de dados do Solidarity quanto de outros estudos feitos com a droga -ao menos sete em todo o mundo.
A partir dessa revisão, o conselho do Solidarity, formado por dez dos países participantes, deve decidir se retoma ou não os estudos com a droga. A decisão deve ser tomada dentro das próximas duas semanas.
Segundo a OMS, independentemente do resultado, enquanto estudos não provarem a eficácia e a segurança do uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19, as drogas devem ser usadas apenas em experimentos, em hospital e sob supervisão médica.
No Brasil, após determinação do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde alterou na última quarta (20) o protocolo para permitir o uso dos medicamentos também por pacientes com sintomas leves do novo coronavírus. Até então, a orientação era de uso apenas por pacientes graves e críticos e com monitoramento em hospitais.
O presidente dos EUA, Donald Trump, também havia anunciado que estava tomando hidroxicloroquina para prevenir a infecção pelo coronavírus, mas declarou depois que deixaria de usá-la.
As restrições ao uso dos medicamentos referem-se apenas a casos de Covid-19, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanum Ghebreyesus. Hidroxicloroquina e cloroquina continuam adequadas para tratamento de malária e doenças autoimunes.