A Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira (20) a 105ª Operação de Repressão Qualificada de 2019, em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Denominada “Dragão do Mar”, a ação cumpre cinco mandados de suspensão do exercício do cargo eletivo. Entre os alvos das ordens judiciais estão o prefeito da cidade, José Bezerra Tenório Filho, conhecido como Zé de Irmã Teca (PSD), a vice-prefeita, Elionilda José de Santana (PP), e o presidente da Câmara de Vereadores, Jefferson Telles Alves Carneiro de Albuquerque, conhecido como “GG de Zé Antônio” (PSDB). O primeiro secretário da Câmara, Nivaldo Vicente da Silva (PMN), e um vereador também estão entre os alvos.
Com o afastamento dos políticos dos seus respectivos cargos, o segundo secretário da Câmara, Alexandre Leonardo do Nascimento, o Léo do Cartório (PSDB), vai assumir a Prefeitura, segundo o delegado titular da Diretoria Integrada Especializada (Diresp), Jean Rockfeller. Além da suspensão dos mandatos eletivos, o secretário de Finanças de Itapissuma foi afastado na operação.
A ação, ligada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) da Diresp, visa combater uma organização criminosa responsável pelos falsidade ideológica, peculato, frustração de direito assegurado por Lei Trabalhista, dispensa e inexigibilidade de licitação fora das hipóteses legais, organização criminosa em concurso de agentes e em continuidade delitiva, além de crime de responsabilidade.
De acordo com Jean Rockfeller, membros da atual gestão municipal são suspeitos de usar verba destinada à assistência social da cidade para destinar a aliados. “Pessoas da gestão pegavam dinheiro que deveria ir para assistência social e desviava para cabo eleitorais para que esses exercem a função de responsáveis pela limpeza urbana, que não tem licitação na cidade”, falou.
Medidas cautelares
Além dos mandados de suspensão do exercício do cargo eletivos, estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão domiciliar, 12 de afastamento da função pública, uma quebra de sigilo bancário e a suspensão do programa “Frente de Serviço”. As medidas cautelares foram expedidas pelo desembargador Alexandre Guedes Alcoforado Assunção.
Rockfeller afirmou que a Polícia Civil chegou a pedir a prisão dos suspeitos, mas o pedido foi negado pela Justiça. “Solicitamos a prisão de todos os alvos da operação, mas o Poder Judiciário entendeu que ainda não era preciso prender os suspeitos”, disse.
Além disso, os investigados estão proibidos de manter contato com as testemunhas. Para cumprir as ordens judiciais, a “Dragão do Mar” conta com a atuação de 156 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.