O registro de 2.071 casos da Covid-19 em Pernambuco, feito nesta quarta-feira (16), é o terceiro maior no Estado desde o início da pandemia. O número de casos confirmados, por dia de notificação, só havia ultrapassado 2.000 outras duas vezes em Pernambuco: dias 16 de maio, com 2.279 casos notificados, e 28 de novembro, com 2.084.
De acordo com o pesquisador Jones Albuquerde, o aumento de casos está crescendo em sincronia com o que aconteceu na Europa e América do Norte.
Jones Albuquerque trabalha no IRRD (Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e no Lika (Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O instituto e o laboratório integram a vigilância de dados da Covid-19 junto ao Governo do Estado.
Para ele, o alerta do dado notificado é agressivo. “Se o começo são 2 mil, que batemos o recorde do terceiro pior dia, vamos a quantos por dia? 4 mil, 5 mil?”, questionou.
Mesmo com o registro acima de 2 mil casos confirmados sendo reflexo de um aumento da testagem, a ocupação de leitos de UTI para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), configurados como suspeita da Covid-19, apresentam aumento no mesmo período. Desde o dia 28 de novembro, a ocupação de UTI para casos de Srag se manteve acima de 80%, mesmo com aumento de leitos.
“O alerta que fica é que a gente está em agravamento da infecção apesar de que a maioria dos casos sejam leves. O problema é que a proporção cresce junto. Se vamos para 5 mil casos confirmados por dia, a proporção de casos graves também sobe nessa proporção”, informou Albuquerque.
O pesquisador também informou que a infecção se encontra espalhada em todos os municípios pernambucanos. Por isso, a estratégia de controle deve ser diferente da tomada no primeiro momento de medidas restritivas. “A medida agora tem que ser para todo o Estado, simultaneamente”, informou.
“A população tem maioria da responsabilidade de controlar, mas sozinha não consegue os 70 – 75% de distanciamento que seria necessário para gerar uma “barreira epidemiológica”, pois, ao “ir trabalhar”, não consegue manter. O governo teria que bloquear alguns serviços não essenciais como alguns países fizeram”, explicou o pesquisador.
Informações: Folha-PE