Com mais de 16 mil professores temporários contratados na rede estadual de ensino, o governo do Estado autorizou, anteontem, no Diário Oficial, a abertura de seleção simplificada para mais 1.441 docentes. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, 1.062 professores irão lecionar no Projeto Travessia. As vagas restantes serão distribuídas nas áreas de educação profissional (108), ensino de música (41), engenharia (13) e educação especial (217). Edital será publicado no começo da semana.
A contratação se dará em caráter de urgência com duração de 12 meses e poderá ser prorrogada por mais um ano. Detalhes do edital – como remuneração, carga horária e modelo de seleção – estão sendo finalizados. O processo seletivo deve ocorrer ainda este mês, e o critério adotado será a análise de currículo, considerando títulos e tempo de experiência do candidato.
O objetivo é que os aprovados já estejam encaminhados para trabalhar no segundo semestre do ano letivo. Os interessados devem ficar atentos ao lançamento do edital de seleção, contendo todas as informações sobre locais, datas de inscrição e quantitativo de vagas distribuídas por gerências regionais do Estado.
Segundo texto do Diário Oficial, um dos motivos para a ampliação do quantitativo de professores se deve à ampliação do número de Escolas Técnicas Estaduais de 19 para 22, em 2013, “em face das necessidades de atendimento aos arranjos produtivos nas diversas regiões do Estado, bem como o aumento de turmas dos cursos subsequentes ofertados pelas Escolas Técnicas Estaduais existentes”, afirma o documento.
CONTRÁRIO
O Estado tem 28 mil professores concursados. Desses, quase cinco mil trabalham em setores administrativos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), o ideal seriam 34 mil docentes. O Sintepe lembra que o elevado patamar de profissionais contratados descumpre o Conselho Nacional de Educação, que determina a contratação de apenas 10% de docentes sem concurso. Em Pernambuco, a percentagem é de 41,3%.
A decisão do Estado contraria advertência do Ministério Público, feita em 2011, que recomenda a não contratação de temporários, nomeação de aprovados no concurso realizado em 2008 e abertura de nova seleção, caso as vagas não fossem preenchidas. O juiz Évio Marques determinou a não contratação de provisórios. Mas a análise foi parcial e não foi seguida pelo governo.
Informações: JC