Começou em Pernambuco a operação Passe Fácil, deflagrada pela Polícia Federal neste domingo (12) para investigar fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No estado, um suspeito foi conduzido coercitivamente, mas a Polícia Federal não forneceu detalhes sobre ele. Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão e condução coercitiva em 13 estados – incluindo Pernambuco – e aproximadamente 30 cidades.
“A operação foi deflagrada no final da prova. Foi uma estratégia interessante. São suspeitas muito bem fundamentadas, mas a gente esperou cada candidato terminar a prova para abordá-los e conduzi-los, de forma discreta, em uma condução coercitiva, até a nossa delegacia, onde eles foram ouvidos e apreendemos os celulares”, explicou Renato Madsen, delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF. Segundo ele, o objetivo era manter a tranquilidade dos demais candidatos.
“A gente começou a investigar os dados que o Inep compartilhou com a gente e a gente identificou aqui no estado esse alvo suspeito. A gente já teve umas oitivas bem interessantes, uma de um candidato que disse que já tinha participado de outras fraudes, mas negou que estava sendo beneficiado nessa fraude”, explicou Madsen.
Os mandados foram cumpridos nos estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Segundo o delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni, tanto beneficiários como integrantes da quadrilha foram identificados.
No esquema criminoso, candidatos iriam fraudar o processo a partir da resolução da prova por especialistas em determinadas áreas de conhecimento, chamados de pilotos, que posteriormente repassavam os gabaritos aos candidatos que os contrataram.
O delegado explicou que a operação teve como alvo pessoas com grande probabilidade de terem fraudado exames anteriores e que estavam inscritas na prova de hoje.
Sem fraudes
A PF, no entanto, ainda não identificou indícios de fraudes no Enem deste ano. Segundo Perazzoni, não foram realizadas prisões hoje, pois nenhum dos alvos estava portando escutas, por exemplo.
Para o ministro da Educação, Mendonça Filho, o anúncio de novas medidas de segurança, como a identificação das provas e o reforço com detectores de metal e de ponto eletrônico em cada local de aplicação, ajudaram a prevenir fraudes. “Isso tudo ajudou para que pudéssemos repelir preventivamente qualquer tentativa de fraude”, disse.