Nesta quarta-feira (18) os alunos do 4º ano da Escola Municipal Presidente Vargas realizaram a culminância do projeto literário: Em versos e em prosas incluindo na inclusão. A iniciativa trata-se do estimulo a produção de cordéis. A ação que contou com a participação de estudantes com deficiência foi reconhecida como a melhor experiência exitosa da Educação Inclusiva 2019.
A ideia teve o envolvimento de 30 crianças e adolescentes com idades entre 8 e 14 anos, algumas com laudo de autismo, síndrome de down e deficiências de aprendizagens. O programa que começou a ser desenvolvido em abril teve como pretensão recorrer a uma forma de alfabetização mais prazerosa para esse público utilizando o cordel como instrumento didático e evidenciando sua capacidade de educar. Outro propósito foi resgatar a autoestima e a socialização, além de estimular a oralidade.
A coordenadora da iniciativa, a professora Ana Flávia da Silva deu início ao projeto apresentando para as crianças poemas de diversos autores como Cecília Meireles e Ana Maria Machado. Depois começou a levar cordéis para que os meninos e meninas conhecessem a estrutura do gênero. O intuito foi despertar a consciência fonológica, para que as crianças passassem a reconhecer características do cordel, como a rima. Daí então foi iniciada a produção. Em sala de aula os estudantes também trabalharam a produção de xilogravuras.
Os resultados das atividades foram apresentados nesta quarta-feira (18) na Escola Presidente Vargas. Os cordéis não foram apenas declamados, mas teatralizados e distribuídos para o público presente. A proposta da ação foi criar possibilidades para o desenvolvimento cognitivo, motor, social e afetivo desses estudantes, além de estimular a leitura e a escrita.
Ana Flávia falou sobre a alegria que sente ao ver os frutos da ação, “Dentro do gênero que é trabalhado no nosso currículo nós escolhemos a autobiografia, pensamos que seria ótimo falar sobre si mesmo. A partir daí as produções começaram a ganhar êxito, trabalhos surpreendentes, lindos, que enchem os olhos e a alma. Quando eles recitam nos emocionam, foi válido todo o esforço, foi árduo, mas valeu a pena, porque nós vimos resultados”.
A finalidade consistiu, ainda, em colocar as crianças em contato com a cultura local, já que a produção de cordel é uma atividade tipicamente nordestina e uma expressão popular. A intenção da professora Ana Flávia é dá continuidade à iniciativa em 2020, para que mais meninos e meninas possam participar.
O tema inclusão tem sido tratado como prioridade no município de Sertânia. São realizadas ações em diversas áreas para que as pessoas com deficiência exerçam sua cidadania plena na Princesa do Moxotó.
Confira um trecho do cordel do aluno Erlandson:
Aqui a educação se faz com amor
Preparando também o escritor
Cordelistas, poetisas
Repentistas, jogador
Me diga ai meu irmão.
Quem, a educação não transformou?