Apesar de se intitular como um partido independente, o PSB poderá voltar a dialogar com o Partido dos Trabalhadores. A Executiva nacional da legenda se reuniu na manhã de ontem e firmou a posição de se manter no campo da “independência propositiva”, votando com o governo quando o assunto estiver de acordo com os temas defendidos pelos socialistas. A aproximação com o PT ocorrerá se os petistas sinalizarem para os pontos de interesse do PSB.
Na reunião de ontem, o partido divulgou um manifesto com dez itens que serão adotados como as principais bandeiras do PSB. A reforma política, pacto federativo (chamado pelos socialistas de novo federalismo), a ampliação do ensino integral e um pacto anticorrupção estão entre os principais temas de interesse do partido, segundo o presidente nacional Carlos Siqueira.
O dirigente disse que não há como pensar em fazer parte do governo depois do processo de distanciamento vivido entre as duas legendas. “Há muito tempo vínhamos alertando sobre a situação da economia e mesmo assim estamos vendo no que deu”, disse. Siqueira, no entanto, alegou que a volta do diálogo vai “depender do PT, se houver uma sinalização com nossas bandeiras”.
O presidente nacional destacou que uma das principais decisões do partido foi a de não aceitar cargos no governo federal. Siqueira afirmou que atualmente nenhum militante do partido integra o governo petista na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). Assim como na eleição, as realidades locais serão respeitadas – no segundo turno o PSB da Paraíba apoiou a reeleição da presidente.
Secretário-nacional do PSB, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, destacou que o PSB sempre militou no campo do PT, mas a condução dada pela presidente Dilma Rousseff nos últimos anos resultou em um afastamento dos petistas. “A gente historicamente participa do mesmo campo que o PT participa e, desde o início do governo da presidente Dilma, houveram divergências que culminaram com decisão que tomamos em 2013, de sair do governo. Agora, vamos manter nossa posição”, disse.
Geraldo Julio ainda afirmou que a relação entre os socialistas e a presidente Dilma não deve gerar impacto nas administrações do PSB. “Acredito que não vai haver nenhum tipo de orientação do ponto de vista de fazer retaliação contra as prefeituras”, disse. O governador eleito Paulo Câmara adotou um tom de conciliação e disse que o partido não vai virar as costas como oposição e dizer que está tudo errado.