Diante da decisão final do PT de manter a pré-candidatura da deputada federal Marília Arraes à Prefeitura do Recife, reafirmada pela direção nacional da sigla na última sexta-feira, o clima no PSB mudou: tudo indica, agora, que o partido vai solicitar a entrega de cargos nas gestões socialistas.
O PT comanda, hoje, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário na administração Paulo Câmara, além de ocupar espaços no IPA e no Iterpe, além de estar à frente da pasta de Saneamento na administração Geraldo Julio. Até pouco tempo, socialistas apostavam em manter a cota do PT intacta, mas, após a reunião da última segunda-feira entre as cúpulas das duas siglas, regada a duro recado do PSB ao PT, como a coluna cantou a pedra, o ambiente azedou.
Ontem, o senador Humberto Costa rompeu o silêncio que vinha mantendo desde a reunião da direção nacional do PT na sexta . “Vamos cumprir a resolução da nacional. Tínhamos posição de defender a unidade de esquerda, do campo popular. Achamos que era o melhor caminho, inclusive para trabalhar 2022, mas essa posição foi derrotada”. Humberto cuidou de realçar, no entanto, o seguinte: “A campanha não é contra o PSB!”. O petista afirmou isso levando em conta uma definição da Executiva Nacional que traçou uma mesma linha de atuação no pleito para todo Brasil. Isso inclui quatro pontos: um deles é o resgate do legado do PT nacional. Outro “é a denúncia do desmonte praticado pelo governo Jair Bolsonaro, do aumento da desigualdade”, enumera Humberto, reforçando que a estratégia deve ser “a disputa política com o governo Bolsonaro”. Na sequência, lista a necessidade da defesa do ex-presidente Lula e do legado do PT local, que esteve à frente de administrações na Capital.
Após Humberto externar posição, uma fonte palaciana, indagada pela coluna se os cargos do PT seriam mantidos na gestão, devolveu: “Não tem como!”. A tendência, agora, é o PSB levar a entrega de cargos à mesa, o que pode configurar o day after da decisão do PT de ter candidatura no Recife.
Informações: Folha Política