Unidos na chapa presidencial, PT e PMDB deram início nesta segunda-feira (27) àquele que deve ser dos primeiros embates entre as duas legendas no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff: a disputa pela presidência da Câmara, prevista para ocorrer no dia 1º de fevereiro.
“Não tem sentido você defender que o partido que ganhou a eleição fique também com o comando do Congresso. Seria uma hegemonização do poder na mão no PT”, afirmou o líder do PMDB, Eduardo Cunha(RJ), um dos cotados para disputar o posto. “Acho que a Casa não aceitará isso. Acho até que para quem quer buscar conciliação não é de bom alvitre a gente manter uma concentração num único partido de tanto poder”, acrescentou o deputado ao citar o primeiro discurso da presidente Dilma Rousseff, feito no último domingo após ser reeleita.
Na eleição deste ano, o PT assegurou a maior bancada, elegendo 70 deputados, quatro a mais do que o PMDB, segundo no ranking. Pela tradição, os petistas teriam preferência de escolha. Para evitar brigas, desde 2007 ambos fazem um acordo de rodízio na presidência, que deverá ser rompido neste ano. “É normal e natural que a gente tenha o direito de indicar um candidato”, afirmou Marco Maia (RS), que já presidiu a Câmara e é cotado para voltar à cadeira. O vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE) endossou o argumento do colega, mas preferiu adotar um tom conciliador, em razão da vitória apertada da presidente Dilma Rousseff no segundo turno.
“É natural ficarmos com o posto, sempre foi assim. Mas tudo está em aberto, a palavra de ordem agora é de diálogo porque todos ainda estão sob os efeitos dos resultados das urnas”, afirmou. Dentre as estratégias dos dois partidos para obter maioria de votos na briga pelos principais postos da Casa, está a formação de blocos partidários, que também negociariam cargos estratégicos como presidência de comissão e relatoria dos projetos.