“Quem se sentir incomodado, saia”

Por Anderson Bandeira
Da Folha de Pernambuco

Desde que foi ungido ao comando do PR-PE, o deputado federal reeleito Anderson Ferreira tem buscado fugir das divergências com os seus correligionários em relação à mudança. Nos bastidores da legenda, a grita é grande em relação à nomeação de Ferreira para a direção estadual do partido. Ontem, após se reunir, em Brasília (DF), com o bloco ligado ao ex-presidente estadual do partido Inocêncio Oliveira – destituído do cargo o mês passado – e a executiva nacional para discutir o imbróglio, Ferreira mandou um recado aos correligionários.

O dirigente disparou que “quem estiver se sentindo incomodado que saia do partido”. “Eu não vou obrigar ninguém a ficar no partido. Quem se sentir incomodado, saia”, afirmou o deputado. As declarações vieram após o republicano tomar conhecimento que o bloco de Inocêncio tinha soltado uma nota à Imprensa, momentos depois da reunião, atestando que Ferreira “não representava os integrantes do partido em Pernambuco”.

No documento, assinado pelos deputados Rogério Leão, Sebastião Oliveira, Alberto Feitosa e o próprio Inocêncio, os republicanos afirmam que só voltarão a discutir o impasse na Capital pernambucana, e não mais na Capital Federal. Para Ferreira, a intriga por causa de sua alçada ao comando da sigla no Estado vem por parte de uma pessoa que está querendo ser o porta-voz de um grupo e se intitular do sentimento da maioria, quando não existe um sentimento geral de revolta pela troca de direção.

Segundo o deputado, a substituição já tinha sido discutida anteriormente com o próprio Inocêncio, assim que o mesmo disse que não iria mais disputar as eleições. “Já tinha sido acordado com Inocêncio que eu assumiria o partido. Não se tratava de retaliação, mas de um acordo. Acho que faltou ele (Inocêncio) preparar o seu grupo”, disse Ferreira, acrescentando que com esse impasse, os republicanos ligados a Inocêncio estão tentando achar subsídio jurídico para sair do partido.

Questionado se a ameaça da saída em massa dos republicanos rebelados poderia custar o mandato, Ferreira disse que, de sua parte não iria cassar o mandato dos que decidam se desfiliar do partido. Mas colocou na conta da nacional que, segundo ele, deverá decidir sobre possíveis desfiliações. Ele defendeu ainda que a mudança vem para oxigenar a sigla no Estado que, para ele, tem perdido espaço.

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