O Serviço de Assistência à Saúde do Servidor Público de Pernambuco (Sassepe) enfrenta uma crise financeira. Com uma dívida estimada de R$ 40 milhões com a rede credenciada, fornecedores e prestadores de serviços e déficit mensal de R$ 3 milhões, a assistência médica dos servidores está prejudicada.
O Sassepe é mantido com verbas de R$ 5,4 milhões do tesouro estadual e de R$ 14,6 milhões das contribuições mensais de 192 mil beneficiários. O Fórum de Servidores Estaduais alerta para o risco de colapso do sistema. Cobra do governo estadual o aumento do repasse de recursos mensais, para sanear as contas.
De acordo com Paulo Rocha, secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), a contribuição mensal do governo não corresponde ao aumento de despesas do Sassepe. O envelhecimento da massa de beneficiários pressiona o uso dos serviços médicos-hospitalares. Segundo ele, a idade média do servidor do estado é superior a 50 anos. Por outro lado, a alta do dólar também impacta nos custos, porque os equipamentos, medicamentos e material cirúrgico têm como referência o preço da moeda norte-americana.
“Se a situação não mudar, vamos fechar dezembro com uma dívida de R$ 50 milhões”, alerta Rocha. A diretora da Asssociação de Servidores Usuários do Sassepe, Florentina Cabral, diz que o acúmulo de débitos com a rede credenciada e os prestadores de serviços prejudica a assistência médica dos beneficiários. “Tem clínicas e laboratórios com cotas limitadas para o usuário do Sassepe. O Hope suspendeu consultas, exames e cirurgias.” A assessoria de imprensa do Hope informou que não procede esta informação.
O Hospital do Servidor Público do Estado funciona como “âncora” para os atendimentos ambulatoriais e internamentos. Segundo Beatriz Gomes, representante dos servidores no HSE, o hospital está desabastecido. Segundo ela, os funcionários terceirizados de manutenção, segurança e os maqueiros estão com os salários atrasados porque as empresas não recebem o pagamento do governo.
Para sanar a crise, o Fórum dos Servidores Públicos reivindica, entre outros pontos, a contribuição paritária do governo no financiamento do Sassepe e o pagamento da dívida de cerca de R$ 40 milhões.