O artesão sertaniense Marcos Paulo, representará Pernambuco e Sertânia no 6° Salão Internacional do Artesanato em Brasília, evento que reúne expositores nacionais e internacionais que comercializam e expõe toda sorte de artigos ligados à produção artesanal. São produtos regionais de decoração, acessórios, culinária, confecção, arte e muito mais. Marcos é do Alto do Rio Branco, o jovem gênio da umburana é sobrinho dos irmãos “Moreno” (Jonas, Jeová e Samuel) que começaram produzindo os famosos “carros-de boi na décadas de 70 e 80 e que logo impressionou pelo seu talento precoce.
Da sua oficina , ao lado da igreja no bairro, saem outros novos valores, que povoam o alto, gerando trabalho e rentabilidade para uma comunidade carente, que ficou famosa também pela festa do padroeiro São Sebastião, em janeiro, mas também por ter crianças e adolescentes em situação de risco.
Segundo o Profº João Lúcio, Secretário de Cultura de Sertânia: “Marcos é prestígio lá fora e destaque por aqui, o seu artesanato tornou-se uma atividade produtiva de maior estrutura e porte, sendo um orgulho para toda Sertânia”.
O Salão do Artesanato mostra também trabalhos inovadores realizados por programas sociais com produções artesanais relevantes social e ecologicamente desenvolvidos pelos seus apoiadores nos estandes institucionais e nas oficinas.
ORGULHO SERTANIENSE
Marcos de Sertânia vem de família de camponeses e artesãos, ele porém não se animou em criar utensílios e pequenas esculturas de bois que seus tios e avô faziam. Decidiu retratar a aflição provocada pela seca, ao extrair da madeira figuras esquálidas e melancólicas. Até o cachorro que esculpe é tão magrinho quanto Baleia, a cadela heroína do romance de Graciliano Ramos, Vidas Secas. “Criei um estilo mais próprio, emagreci os personagens para dar mais sofrimento”, justifica. “Vivi tudo isso aí que coloco no meu trabalho. Já sofri com a seca, já ajudei minha mãe a carregar água na cabeça, meu pai era vaqueiro, já vi o gado morrer de fome”, enumera Marcos.
Hoje o mestre artesão e sua família vivem dos seus talentos. “Muita gente daqui foi para o Sul procurar mais oportunidades. Mas a arte foi redentora para a nossa família para ganhar o pão de cada dia. Eu, hoje, não consigo mais sair de Sertânia”, afirma o artista popular.
Marcos é da nova geração de mestres do artesanato que inova pela linguagem. Ao esculpir na madeira figuras longilíneas, elas se tornaram a marca da sua obra. “As pessoas lá de Sertânia achavam feio o que eu faço. Eu desproporcionalizava as coisas, mas eu gosto do desproporcional, da mesma forma como eu acho meu universo bonito. Claro que a seca é terrível, mas a caatinga é bonita”, defende-se Marcos, que segue a tradição da temática da seca e seus dramas, temas que tanto incomodaram e inspiraram artistas brasileiros. “Uma vez me disseram que meu trabalho parecia com o de Portinari. Quando conheci os quadros dele vi que o que eu fazia ele também fazia”, orgulha-se o artista sertanejo.
Com informações do JC
sou artesão moro em AGRESTINA proximo a CARUARU reciclo madeiras mortas para fazer meus trabalhos.